Pedidos de exame para radioamador disparam após apagão energético

Anacom recebeu 40 pedidos de exame de aptidão para radioamadorismo na semana de 1 a 7 de maio, quando costumam ser em média 45 por mês.

O interesse pelo radioamadorismo cresceu entre os portugueses depois do apagão que pôs a Península Ibérica às escuras. O número de pedidos de realização de exames de radioamador numa semana foi quase o mesmo do que costuma ser num mês inteiro, de acordo com a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).

Entre os dias 1 e 7 de maio, logo depois da falha elétrica generalizada de 28 de abril, o serviço de atendimento ao público contabilizou 40 solicitações de exames de aptidão, quando nos primeiros quatro meses do ano a média mensal foi de 45 pedidos.

Quem recorre ao regulador das comunicações para pedir testes de radioamador, geralmente fá-lo por duas razões: para ter acesso a comunicações que não estejam dependentes de eletricidade, cabos ou antenas e por considerar que o serviço de rádio amador é um meio alternativo eficaz em catástrofes.

“As estações de amador são meios fiáveis e persistentes de comunicação através de radiofrequências. Essas estações são, por norma, constituídas por vários equipamentos de rádio, incluindo os acessórios necessários, como as antenas que permitem a emissão e/ou a receção das comunicações”, recorda a Anacom, em comunicado divulgado esta segunda-feira.

A instituição liderada por Sandra Maximiano considera que este aumento de pedidos e demonstrações de interesse “contraria a tendência que se tem verificado, marcada por uma redução do número de radioamadores” e acredita que é necessário promover a sua utilização junto dos mais novos (maiores de 16 anos).

As estações de amador permitem comunicar ponto-a-ponto ou ponto-multiponto sem infraestruturas de rede como os telemóveis, mas existem três tipos diferentes. As estações móveis são utilizadas em carros e precisam de alimentação externa (a bateria do veículo), enquanto as portáteis têm as suas baterias e as fixas dependem da rede elétrica ou geradores.

O exame de aptidão para radioamador, realizado pela Anacom, é o principal mecanismo de acesso e de progressão entre as categorias de amador 1, 2 e 3. É uma atividade recreativa, mas implica que os candidatos entendam de temas como legislação, segurança, radioeletricidade, transmissão e propagação para estarem aptos a comunicar através destes meios que envolvem telegrafia, walkie talkies dual band (duas faixas de frequência e diferentes dos convencionais) ou operações por satélite.

Se estiver interessado em fazer um teste para a categoria 1 (nível elevado), a Anacom disponibiliza no site oficial alguns exemplos de perguntas que são colocadas, como acontece nos exames nacionais de acesso ao ensino superior. Por exemplo: “A lei das malhas de Kirchhoff também se designa por?” com escolha múltipla entre “lei das potências”, “lei das tensões”, “lei das correntes” ou “lei das resistências”.

No comunicado de imprensa publicado esta manhã, a Anacom recorda que, em 2022, entregou ao Governo um anteprojeto de alteração do decreto-lei que define as regras aplicáveis aos serviços de radiocomunicações de amador e de amador por satélite, bem como o regime de atribuição de certificados e autorizações especiais aos amadores e de licenciamento de estações de uso comum. Porém, a legislação ainda não teve alterações.

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