Quatro dias pelo Médio Oriente. Quais os objetivos de Trump?
No primeiro de quatro dias na sua visita ao Médio Oriente, Trump já arrecadou 600 mil milhões de dólares em investimento para o país e anunciou o fim das sanções contra a Síria.
O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, começou esta terça-feira uma visita de quatro dias ao Médio Oriente, começando pela Arábia Saudita. O principal objetivo da viagem é discutir acordos económicos, procurando reforçar os laços com os parceiros do Golfo, segundo a Reuters. No primeiro dia já arrecadou 600 mil milhões de dólares em investimento para o país e anunciou o fim das sanções contra a Síria.
A primeira paragem do líder norte-americano foi Riade, na Arábia Saudita, onde participou durante a tarde num fórum de investimento em que Elon Musk, CEO da Tesla, foi um dos oradores. Esta foi a primeira visita formal de Estado e a segunda viagem ao estrangeiro desde a sua reeleição.
Na abertura do fórum e minutos antes da chegada de Trump, o ministro saudita Khalid al-Falih referiu que, “embora a energia continue a ser a pedra angular” da relação entre os dois países, os investimentos e as oportunidades de negócio expandiram-se. “Quando os sauditas e americanos unem forças, acontecem coisas muito boas e, na maioria das vezes, grandes coisas acontecem com essas joint ventures“, disse.
Mas o que espera Trump? Segundo a Reuters, o presidente norte-americano espera arrecadar biliões de dólares de investimentos dos produtores de petróleo do Golfo. Isto, porque a Arábia Saudita tinha prometido quase 600 mil milhões de dólares, mas Trump queria um bilião. Em troca, espera-se que os EUA disponibilizem um pacote militar no valor de mais de 100 mil milhões de dólares.
Já ao final da tarde foi anunciado pela Casa Branca: a Arábia Saudita vai investir 600 mil milhões de dólares nos Estados Unidos, tendo assim “luz verde” o acordo económico estratégico entre os países. Segundo referem os jornais, esse acordo abrange os setores de energia, defesa, exploração mineira e entre outras áreas.
Mas este valor pode aumentar. No fórum, o príncipe herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, adiantou que nos próximos meses os dois países vão trabalhar para aumentar esse valor para o pedido por Trump, um bilião de dólares.
À Reuters, fontes avançaram que na reunião os países discutiram a possível compra de jatos F-35 da Lockheed, um tipo de avião militar que está no radar saudita. Ainda assim, não é clara a “luz verde” americana, uma vez que daria à Arábia Saudita uma arma avançada que, no Médio Oriente, só está atualmente disponível em Israel.
“Hoje, reafirmamos que é uma importante aliança e damos os próximos passos para tornar a nossa relação mais próxima, mais forte e mais poderosa do que nunca“, disse Trump, que avançou ainda o desejo de fazer um acordo com o Irão.
Recorde-se que durante as últimas décadas, os Estados Unidos e a Arábia Saudita têm mantido laços fortes, baseados num acordo em que os americanos fornecem segurança e os sauditas petróleo.
No discurso no fórum, Donald Trump anunciou que o secretário de Estado Marco Rubio vai reunir-se com o novo ministro dos Negócios Estrangeiros sírio na Turquia no final da semana para discutir a situação da Síria. “Vou ordenar o fim das sanções contra a Síria para lhes dar uma oportunidade de serem grandes“, sublinhou.
Trump concordou também em receber o presidente Sírio, Ahmed al-Sharaa, na quarta-feira na Arábia Saudita. Ainda considerado um terrorista pelos EUA, Sharaa pretende “suavizar” os ideias do presidente norte-americano em relação a Damasco e acalmar uma relação que se tem vindo a tornar cada vez mais tensa entre a Síria e Israel.
Mas a viagem de Trump não se fica por terras sauditas. O presidente norte-americano vai ainda nos próximos dias passar pelo Qatar e pelos Emirados Árabes Unidos, não estando prevista uma paragem em Israel.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Quatro dias pelo Médio Oriente. Quais os objetivos de Trump?
{{ noCommentsLabel }}