Do “Portugal tripartido” ao “terramoto de Ventura”. Os resultados das legislativas nos jornais nacionais

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9:05

Apesar da vitória da Aliança Democrática, a imprensa nacional dá destaque à subida do Chega, que pode tornar-se o maior partido da oposição, e a um dos piores resultados de sempre do PS.

Embora a Aliança Democrática tenha vencido as legislativas deste domingo, o maior destaque da imprensa nacional vai para o forte crescimento do Chega, que, por sua vez, levou à “hecatombe” do PS, que se estende à esquerda, onde só o Livre cresceu. O ECO reúne as principais manchetes dos jornais em Portugal na manhã desta segunda-feira.

“Portugal tripartido”

A capa do Jornal de Notícias destaca a melhoria do resultado da AD face às legislativas de 2024 — embora “longe da maioria” –, bem como a “quebra” do PS e a subida do Chega, que deixam estas duas forças “quase empatadas”. O jornal nortenho realça ainda a “derrocada à esquerda”, onde o Livre foi o único partido a crescer, conseguindo seis deputados, mais dois do que nas eleições anteriores.

Reforço da AD, colapso do PS e crescimento do Chega

“AD reforça-se, Chega cresce, PS colapsa” é o título do Público desta segunda-feira. O jornal sublinha como a coligação formada entre o PSD e o CDS elegeu mais deputados, num total de 89, do que toda a esquerda junta (somando os 58 do PS, os seis do Livre, os três da CDU e um do Bloco de Esquerda), mesmo faltando conhecer os resultados dos círculos da emigração.

“O terramoto que reconfigurou a política nacional”

O Observador, por sua vez, fala de um “terramoto político de 22,56 na escala de Chega, com epicentro a sul do Tejo”, que “abanou o centrão político”. O jornal digital aponta também como “Luís Montenegro fugiu claramente a reforçar o não é não” ao partido de André Ventura no discurso da vitória, com uma “resposta que dá para os dois caminhos”.

“Hecatombe do PS”

O Correio da Manhã descreve como a vitória de Montenegro foi “ofuscada” pelo “terramoto Ventura”, que, simultaneamente, “derrubou” Pedro Nuno Santos, com o secretário-geral do PS a demitir-se cerca de um ano e cinco meses após ter chegado à liderança do partido. Nas palavras do generalista, “o PS saiu humilhado destas eleições” e Pedro Nuno Santos “cometeu um erro de palmatória ao não impedir a queda do Governo”.

“AD pouco maior” e o “3.º pior PS de sempre”

No Expresso, o destaque vai para a “maioria ligeiramente maior” da coligação liderada por Luís Montenegro, mas sobretudo para a “primeira vez” que o Chega ultrapassou o PS, sendo que o partido de André Ventura registou a maior subida percentual e em número de votos destas legislativas. Por outro lado, o semanário sublinha a “eleição trágica para a esquerda, em especial para o PS”, que teve o seu “terceiro pior resultado de sempre”.

“Vendaval”

Na imprensa económica, o Jornal de Negócios intitula os resultados da noite eleitoral como um “vendaval”, perante a possibilidade de o Chega passar a segundo maior partido e a humilhação dos socialistas que culminou na demissão do seu líder. Ainda assim, a vitória da Aliança Democrática, segundo o diário económico, foi alcançada “com um dos piores resultados de sempre em legislativas”. “Só no ano passado (apesar da vitória), em 2022, com a maioria absoluta de António Costa, e em 2019 (quando perdeu também para o PS), é que PSD e CDS tiveram resultados piores do que o de [domingo], tanto em percentagem de votos, como em número de mandatos”, escreve.

“AD e IL insuficientes para governo de maioria”

Já a capa do Jornal Económico aponta que “Pedro Nuno dá derrota humilhante ao PS”, que alcançou 23,38% dos votos, o seu pior resultado em 40 anos, enquanto o Chega está “nas nuvens com Ventura”, cuja diferença percentual para os socialistas é de menos de um ponto, ainda sem os votos dos círculos da emigração contados. A viragem à direita do Parlamento e o recorde de dez partidos eleitos são outros destaques da noite eleitoral, bem como a impossibilidade de um governo de maioria entre a coligação PSD/CDS e os liberais.

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