Dívidas das famílias registam maior subida em quase seis anos
O endividamento dos particulares teve um aumento de 1,1 mil milhões de euros em março, que se traduziu num crescimento homólogo de 4,83%, o maior desde junho de 2019.
O endividamento global das famílias continua a engordar. Só em março, “o endividamento dos particulares teve um incremento de 1,1 mil milhões de euros, principalmente por via do crédito à habitação, à semelhança dos meses anteriores”, refere esta sexta-feira o Banco de Portugal em comunicado.
Trata-se de um aumento mensal de 0,69%, o maior desde março de 2019 e o 17º aumento mensal seguido. Em termos homólogos, o endividamento das famílias registou o maior aumento em seis anos, com um crescimento de 4,83%, o mais expressivo desde junho 2019.
Atualmente, o stock global de dívida das famílias ultrapassa os 161,4 mil milhões de euros, atingindo inclusive o maior volume em 13 anos, quando em abril de 2012 superou pela última vez os 161,5 mil milhões de euros.
Esta tendência esbate numa queda persistente do rácio de endividamento das famílias, que em 2024 alcançou um mínimo histórico, com as dívidas dos particulares a alcançarem um valor equivalente a 79,2% do seu rendimento disponível, revelando uma dinâmica económica onde o crescimento dos rendimentos supera ainda o ritmo de acumulação de nova dívida.
Esta tendência é particularmente relevante num contexto de inflação controlada e de crescimento económico, onde os rendimentos nominais revelam-se capazes de acompanhar ou mesmo superar o custo da dívida.
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Além de confirmarem uma trajetória ascendente consistente do endividamento das famílias, os dados mais recentes do Banco de Portugal espelham também um aumento persistente do endividamento da economia na totalidade, com o endividamento do setor não financeiro (Estado, empresas e particulares) a crescer 0,56% em março para mais de 825 mil milhões de euros pela primeira vez na história. Em termos homólogos, o endividamento da economia foi de 2,82%, traduzindo assim no sexto mês consecutivo de subidas homólogas.
Os dados mostram ainda que março foi o quarto mês consecutivo que tanto empresas como particulares e o Estado contabilizaram aumentos homólogos do seu stock de endividamento. “Em março de 2025, o endividamento do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) aumentou 4,6 mil milhões de euros”, destaca o Banco de Portugal em comunicado, sublinhando ainda que 56% do stock global de dívida pertence ao setor privado (empresas e particulares) e 44% ao Estado.
O Banco de Portugal refere que o aumento mensal de 2,1 mil milhões de euros da dívida do Estado em março “ocorreu sobretudo junto do exterior (+2,2 mil milhões de euros), através da aquisição por não residentes de títulos de dívida pública portuguesa, e perante as administrações públicas (+0,9 mil milhões de euros)”, refletindo com isso o aumento das responsabilidades em depósitos do Tesouro.
Além disso, verificou-se também um “aumento do endividamento do setor público junto dos particulares (+0,5 mil milhões de euros), sobretudo por via da subscrição de Certificados de Aforro, e junto das empresas não financeiras (+0,1 mil milhões de euros).” Mas, por outro lado, reduziu-se o endividamento do setor público perante o setor financeiro (-1,7 mil milhões de euros), principalmente pela amortização de títulos de dívida.
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