Adesão da Bulgária em 2026 reforça moeda única, diz presidente do Eurogrupo
O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, acredita que a adesão da Bulgária "reforçará a força, a resiliência e a voz da área do euro no mundo. Esta evolução reflete a estabilidade duradoura".
O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, disse esta quarta-feira que a adesão da Bulgária à zona euro, em 01 de janeiro de 2026, reforça e reflete a estabilidade e atratividade da moeda única.
A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) concluíram que o país está pronto para adotar a moeda única e entrar na área do euro em 1 de janeiro de 2026, tornando-se o 21.º Estado-membro da União Europeia a fazê-lo.
“A adesão da Bulgária à área do euro não só constituirá uma conquista significativa para o país, com importantes benefícios para a sua economia, como também reforçará a força, a resiliência e a voz da área do euro no mundo. Esta evolução reflete a estabilidade duradoura e o caráter atrativo da nossa moeda comum”, referiu Donohoe, em comunicado.
O Eurogrupo, acrescentou, “tem apoiado sistematicamente a ambição da Bulgária de aderir à zona euro e continuará a trabalhar em estreita colaboração com o Governo búlgaro nas próximas etapas do processo de adesão”.
Parabéns, Bulgária!”, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Graças ao euro, a economia búlgara vai fortalecer-se, com mais comércio com os parceiros da zona euro, mais investimento direto estrangeiro, melhor acesso ao financiamento, mais empregos de qualidade e melhores rendimentos”, enfatizou a presidente da Comissão.
Por seu lado, o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Valdis Dombrovskis, argumentou que “o euro trará benefícios concretos aos cidadãos e empresas búlgaros”, citando “preços estáveis”, “poupança protegida” e “mais investimento”.
O primeiro-ministro búlgaro, Rossen Jeliazkov, também celebrou a entrada do país na zona euro. “Um dia extraordinário. Mais um passo em frente na trajetória da Bulgária rumo ao euro. As avaliações positivas do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia confirmam o nosso progresso, mas o trabalho continua. Isto acontece após anos de reformas, compromisso e alinhamento com os nossos parceiros europeus”, declarou Rossen Jeliazkov na rede social X.
Neste Estado-membro da União Europeia desde 2007, a perspetiva de aderir à moeda única está longe de ser unânime. Após uma manifestação que juntou milhares de pessoas no sábado, os apoiantes do partido pró-Rússia Vazrajdane voltaram a reunir-se na terça-feira em frente ao edifício do Banco Central da Bulgária, no centro de Sófia.
“Vamos preservar o lev búlgaro”, “Não ao euro” e “O futuro pertence aos Estados soberanos”, diziam os cartazes dos manifestantes. De acordo com sondagens recentes, quase metade dos inquiridos rejeita a entrada do país na zona euro no próximo ano. No mês passado, o Presidente búlgaro, Rumen Radev, propôs um referendo sobre a adesão ao euro, que o parlamento rejeitou, alegando inconstitucionalidade.
A moeda única europeia foi criada em 1 de janeiro de 1999 para as transações eletrónicas. Tomou forma concreta em 1 janeiro de 2002, com a introdução de moedas e notas, substituindo as moedas nacionais de 12 Estados-membros da UE, incluindo Portugal. Mais tarde, juntaram-se outros oito países: Eslovénia em 2007, Chipre e Malta em 2008, Eslováquia (2009), Estónia (2011), Letónia (2014), Lituânia (2015) e Croácia em 2023.
A zona euro conta já com uma população de 350 milhões de habitantes e a moeda única é um símbolo da unidade e soberania europeias. Teoricamente, todos os países da UE se comprometeram a aderir assim que cumprirem as condições, mas ainda não existe um calendário definido. A única exceção é a Dinamarca, que negociou uma isenção após um referendo que rejeitou o euro em 2000.
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