Lusíadas substitui gás anestésico em todos os blocos e reduz emissões em 88%
A substituição do gás anestésico desflurano pelo sevoflurano, em parceria com a Allianz, Médis e Multicare, permite uma redução das emissões de dióxido de carbono em 88%.
Lusíadas Saúde, Allianz, Médis e Multicare uniram esforços para substituir o gás anestésico desflurano pelo sevoflurano em todos os blocos operatórios do grupo Lusíadas Saúde, diminuindo “significativamente” as emissões poluentes com esta troca, mais precisamente em 88%.
O Grupo Lusíadas Saúde concluiu com sucesso a eliminação do desflurano nos seus blocos operatórios, contribuindo “de forma significativa” para a redução da pegada carbónica associada à anestesia volátil, refletindo-se numa redução de cerca de 1.446 toneladas de emissões de dióxido de carbono, lê-se no comunicado enviado à imprensa. Esta redução equivale a 88%. A iniciativa não compromete a segurança ou a qualidade dos cuidados prestados, garante o grupo de saúde.
Com esta mudança, o sevoflurano passa a ser o agente inalatório utilizado em praticamente todos os procedimentos anestésicos com gases realizados nos blocos operatórios da rede Lusíadas. O desflurano será reservado apenas a situações clínicas muito específicas, tais como doentes com mais de 80 anos ou com obesidade grave e comorbilidades associadas, onde o perfil de recuperação mais rápida pode justificar a sua utilização.
A transição foi conduzida pelas equipas clínicas e corporativas da Lusíadas, incluindo as coordenações de Anestesiologia e as Direções de Farmácia e Sustentabilidade, com o apoio dos parceiros. Em paralelo, está a ser implementado um programa de formação contínua para profissionais de saúde, bem como monitorização e avaliação regular da aplicação da medida, garantindo a sua eficácia e segurança.
“Esta mudança representa um passo importante para uma prática clínica mais sustentável, refletindo o nosso compromisso em cuidar da saúde das pessoas e do planeta. É possível fazer diferente, e melhor”, afirma Eduarda Reis, chief medical officer do Grupo Lusíadas Saúde.
A iniciativa segue as recomendações da Sociedade Europeia de Anestesiologia e Cuidados Intensivos (ESAIC), que defende a eliminação faseada de agentes com elevado impacto ambiental, como o desflurano, e a transição para práticas mais sustentáveis. O documento de consenso da ESAIC sublinha que a prática clínica representa cerca de 4,7% das emissões de gases com efeito de estufa na Europa, sendo os gases anestésicos voláteis dos maiores contribuintes.
O desflurano apresenta um Potencial de Aquecimento Global (GWP) de 2.540, cerca de 20 vezes superior ao do sevoflurano, com uma persistência atmosférica de aproximadamente 14 anos. Já o sevoflurano, para além do menor impacto ambiental, oferece uma recuperação previsível, estabilidade hemodinâmica e uma eficácia clínica comprovada, conforme reconhecido pela Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, lê-se ainda no mesmo comunicado.
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