DBRS: Venda do Novobanco aos franceses do BPCE traz “menos obstáculos” e menos implicações na banca nacional
Agência de rating considera que o acordo da Lone Star com o grupo francês revelou-se a melhor solução, em alternativa à venda a outro banco português ou aos espanhóis do CaixaBank.
A agência de notação financeira DBRS considera que a venda do Novo Banco aos franceses do Groupe BPCE, por 6,4 mil milhões de euros, é a solução que tem implicações “mais limitadas” para o sistema bancário português e a que enfrenta “menos obstáculos”, face às alternativas que existiam quer de outros bancos na país, quer de concorrentes espanhóis.
“As implicações para o sistema bancário português com este acordo são mais limitadas do que com resultados alternativos, incluindo a perspetiva de concorrentes nacionais ou espanhóis adquirirem o Novobanco“, considera a DBRS, num primeiro comentário à venda do Novobanco aos franceses do BPCE.
A Lone Star informou esta sexta-feira que assinou um Memorando de Entendimento para vender o Novobanco ao franceses do Groupe BPCE numa transação que avalia 100% do banco em 6,4 mil milhões de euros, confirmando a notícia avançada pelo ECO em primeira mão.
Num comentário ao negócio, a agência de notação financeira realça que “o setor bancário português já é muito competitivo e não necessitava urgentemente de consolidação doméstica adicional, e a perspetiva de os bancos espanhóis fazerem novas incursões no mercado português parecia complicada devido à política em toda a Península Ibérica“.
“Esperamos que a penetração do BPCE no mercado português enfrente menos obstáculos”, realça a DBRS, destacando que o interesse demonstrado por vários grupos nacionais e estrangeiros no Novobanco mostra “a confiança renovada no sistema bancário português“.
A DBRS realça ainda que esta transação marca “o culminar de uma transformação plurianual do Novobanco e representativa da mudança estrutural do setor bancário português em geral”, recordando que o banco surgiu do colapso do BES, no verão de 2014.
Os especialistas elogiam ainda a evolução registada pelo Novobanco nos últimos anos, referindo que o Novobanco se tornou um dos bancos “mais eficientes e rentáveis na Europa”, apresentando-se hoje com ativos com maior qualidade e menos risco. Já os créditos não produtivos — Non-Performing Loan (NPL) — caíram para 3,3% no final de 2024, abaixo dos 12,8% em 2019, aponta.
A DBRS considera, por isso, que, para o BPCE, a aquisição do Novobanco, “uma marca altamente rentável num mercado estável e em crescimento” contribui para o plano estratégico do grupo francês para diversificar as operações fora do seu mercado doméstico.
(Notícia atualizada às 17:33)
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