Estado “recupera quase 2 mil milhões de euros” injetados no Novobanco
Governo acompanha venda da Lone Star, alienando posição que controla diretamente. Finanças saúdam “diversificação” geográfica na banca e "elevada credibilidade, solidez e performance" do francês BPCE.
O Ministério das Finanças destaca a compra do Novobanco por parte dos franceses do Groupe BPCE como “um sinal muito importante de confiança dos investidores internacionais” na economia nacional, sublinhando que o comprador “é um banco de elevada credibilidade, solidez e performance” e que a proposta feita à Lone Star “permitirá a criação de valor e o apoio à economia nacional e às empresas portuguesas”.
Em comunicado, o Ministério liderada por Joaquim Miranda Sarmento contabiliza que esta venda — que o Governo português vai acompanhar alienando a posição que o Ministério das Finanças controla diretamente –, associada à distribuição de dividendos do Novobanco que ocorreu este ano, “permite ao Estado recuperar quase 2 mil milhões de euros dos fundos públicos injetados na instituição”.
Depois de há semanas o ministro se ter insurgido contra a possibilidade de aumentar o peso da banca espanhola no mercado bancário português, sinalizando que não via com bons olhos uma eventual compra do Novobanco pelo CaixaBank, dono do BPI, a tutela salienta agora que “esta operação garante uma maior diversificação dos investidores e acionistas dos bancos que operam em Portugal, evitando assim uma desnecessária concentração geográfica”.
Esta operação garante uma maior diversificação dos investidores e acionistas dos bancos que operam em Portugal, evitando assim uma desnecessária concentração geográfica.
“Também garante a manutenção da atual estrutura do mercado bancário nacional, sem que ocorram problemas resultantes de um eventual processo de concentração, nomeadamente de uma reestruturação, e salvaguarda os níveis de concorrência no sistema bancário português”, acrescentam as Finanças na mesma nota enviada às redações.
Esta manhã, numa call com jornalistas logo após a Lone Star ter confirmado a assinatura de um memorando de entendimento com o BPCE, numa transação que avalia 100% do banco em 6,4 mil milhões de euros, o novo dono do Novobanco garantiu que não vai fazer despedimentos. “Não é uma transação de sinergia de custos”, respondeu Nicolas Namias, CEO do BPCE.
O Ministério das Finanças sublinha que o BPCE, com 200 anos de uma história atribulada, é o segundo maior banco francês, “um dos maiores bancos europeus e um banco de estrutura cooperativa”. E recorda que esta operação conclui um “longo processo”, iniciado com a resolução do BES e a posterior alienação, em 2017, do Novobanco à Lone Star, que “[contribuiu] para salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro português.
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