Já se conhecem todos os nomes que vão mandar na Generali em Portugal. Saiba quem faz o quê na nova equipa de gestão
A comissão executiva liderada por Pedro Carvalho está completa e a administração reforça as relações com a casa-mãe em Itália. Saiba quem faz o quê na nova equipa de gestão.
A equipa da gestão da Generali em Portugal para os próximos três anos já está definida, depois de confirmados os administradores e recomposta a comissão executiva liderada por Pedro Carvalho desde 2020. Nesse ano, a Generali integrou a Seguradoras Unidas e, em 2023, numa compra europeia, o grupo ficou com as operações da Liberty Mutual num processo de fusão que ainda hoje continua.

Apenas se sabe que a Liberty já é Generali em Portugal e que os negócios, colaboradores e ativos estão a transitar entre companhias. Também a parte laboral está negociada com os sindicatos e um acordo de empresa foi assinado já prevendo novidades como uso de IA e decisões algorítmicas.
Neste caminho de crescimento, a Generali tomou 8,71% do capital do Banco CTT, alargando também aos próprios Correios a distribuição preferencial de seguros, principalmente no ramo Vida — em que, enquanto Tranquilidade, a companhia nunca desenvolveu muito por falta de canal bancário. Já em 2024, as vendas de seguros de vida da Generali Tranquilidade cresceram 81% para 225 milhões de euros. Subiu três lugares no ranking do segmento (para 8º) e melhorou a quota de mercado para 3,2%.
‘Estado maior’ está completo
Já em 2025 foi relançada a administração da Generali nomeada até 2027, coincidindo com o novo ciclo estratégico “Lifetime Partner 27: Driving Excellence”, que inclui objetivos de maior rentabilidade operacional do negócio seguros Vida e Não Vida, com ajuda de IA para ajudar na melhoria da conta técnica.

À frente da comissão executiva desde 2020, o CEO Pedro Carvalho está a liderar a transformação. Entrando nos seguros apenas em 2015, esteve 14 anos na consultora McKinsey, tendo depois sido responsável pelo marketing e vendas do grupo Sonae até chegar à então Tranquilidade. Para além da comissão executiva, é ainda vogal no conselho de administração, a par com Stefano Flori.
Flori é Chief Financial Officer (CFO), cargo que ocupa desde 2016 e lidera as funções de planeamento estratégico, controlo financeiro e análise de negócios e tem sido uma figura chave em iniciativas de transformação digital e adaptação a novos standards contabilísticos, como o IFRS17, na operação portuguesa da Generali.

A comissão executiva para os próximos anos está bastante descentralizada. Joana Pina Pereira passou a Chief Commercial Officer integrando as áreas de Marketing e Grandes Clientes e Corretores, para garantir “uma visão integrada das áreas de distribuição e do marketing”. João Barata, atuário com 30 anos de Tranquilidade continua como Chief Insurance Officer (CINSO).
Foram criados dois novos pelouros com o objetivo de “fortalecer áreas-chave para o crescimento”. Assim, Ana Rita Loução, atual diretora de Pessoas & Organização passa a Chief People & Sustainability Officer (CPSO), um movimento que, segundo fonte da seguradora, “reflete a importância estratégica que atribuímos às nossas Pessoas e à Sustentabilidade como pilares fundamentais do nosso sucesso futuro”.
Outro novo pelouro é representado por Natasha Revez, do General Counsel, que passa agora a ser membro da Comissão Executiva. Esta alteração pretende “assegurar uma posição mais robusta e eficaz da Generali Tranquilidade junto das entidades reguladoras e fortalecer a gestão de matérias legais, nomeadamente o nosso papel ativo no combate ao Crime Financeiro”, diz fonte da empresa.
Como desde janeiro 2023, o Chief Operations Officer é Andrea Fiorani , antes foi administrador da Advance Care e ainda antes esteve na Europ Assistance – empresa pertencente ao grupo Generali – em Itália e França. Tiago Tavares Rodrigues, um ex-Mckinsey com quase cinco anos de Generali em Portugal continua CSO (Chief Service Officer).
Administração influente também é necessária
Para o sucesso da Generali em Portugal, a administração conta com Jaime Anchústegui como presidente. É também deputy CEO Insurance do grupo a nível mundial e após uma reorganização corporativa de 2024. Responde diretamente a Giulio Terzariol, CEO da Divisão de Seguro. Este coordena e supervisiona todas as operações de seguros reportando diretamente a Phillipe Donnet, CEO global da Generali.

Na administração está como vice-presidente João Vieira de Almeida, advogado Senior Partner da VdA, bem como Santiago Villa Ramos, Chief Insurance Business Performance Officer do grupo. Patrícia Espírito Santo, que não tem qualquer relação com a família banqueira, foi indicada para a administração portuguesa, mas mantém- se como Group Head of People & Organization na Áustria, Suíça, Espanha e também Portugal.

A italiana Valentina Sarrocco combina papéis estratégicos, na Generali Tranquilidade, colabora como administradora não executiva na governança e consolidação das operações portuguesas, no panorama global do Grupo é reconhecida pela sua atuação como conselheira jurídica sénior em fusões e aquisições.
O que significa Portugal para a Generali?
Em Portugal, embora a Generali seja o terceiro maior grupo segurador e o segundo nos ramos Não Vida, o negócio significou apenas 1,9% do total de prémios globais do grupo. Foram cerca de 1.809 milhões de euros em 2024, já incluindo os negócios da Liberty em Portugal em adição aos da própria Generali Seguros – a sociedade que utiliza no mercado as marcas Generali Tranquilidade, Açoreana e LOGO.
No mundo, onde está em 55 países, a Generali obteve receitas de 95.190 milhões de euros em 2024, com Itália a representar 34% do negócio, França 20% e Alemanha 16%. A Ásia representa 8% e os países da Europa Central e do Leste 5%.
No entanto, Portugal e os seus 1,9% de peso, tal como a Suíça, merece referência individualizada na listagem do relatório e contas da companhia. Os negócios portugueses cresceram 33%, enquanto o global da Generali ficou-se pelos 13%. Os resultados operacionais em Portugal foram 1,8% de um total de 7.295 milhões de euros conquistados em todo o mundo.
A estratégia Grow or Go (crescer ou sair do mercado), por vezes falada pelo CEO Pedro Carvalho, parece definida no sentido do crescimento. No final de 2024, a Generali tinha em Portugal 413 milhões de euros de capitais próprios o que significa 1,34% do total mundial consolidado de 30.389 milhões de euros. Com 46,2 milhões de euros de lucros, a rentabilidade líquida dos capitais próprios foi em Portugal de 11,1% enquanto o consolidado pela sede em Trieste foi de 12,2%. Proporcionalmente a operação portuguesa está alinhada, o contributo para o grupo está estável e as armas estão alinhadas para a Generali crescer, não para sair.
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