Governo afasta para já medidas para baixar preço da gasolina

Ministro das Finanças diz que está a "a acompanhar a situação", mas sublinha que "o preços do petróleo ainda está muito longe dos preços de 2022", altura em que se criou um "conjunto de apoios".

O Governo afasta, para já, medida para baixar os preços dos combustíveis. “Iremos acompanhar a situação, vamos ver como se desenvolve o conflito no Médio-Oriente e, em função da evolução futura do preço do petróleo poderemos ou não atuar”, afirmou esta sexta-feira o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, à margem da reunião do Ecofin.

Na próxima semana os combustíveis vão subir significativamente. O gasóleo deverá subir oito cêntimos a partir de segunda-feira, e a gasolina deverá ter um agravamento de três cêntimos, avançou ao ECO fonte do mercado. A escalada do conflito no Médio Oriente está a alimentar receios de perturbações no abastecimento e o barril de brent já ultrapassou os 77 dólares esta semana.

O ministro das Finanças indicou que o Executivo está “a acompanhar a situação”, reconhecendo que, “nos últimos dez dias, o preço do petróleo teve uma subida que depois reflete-se no preço da gasolina e do gasóleo”. No entanto, alertou que “o preço do petróleo está em 72, 73 dólares o barril, muito longe dos preços de 2022”. “A gasolina e o gasóleo estão muito longe dos preços de 2022, o que levou que a nível europeu se criassem um conjunto de apoios para o setor da energia”.

Nesta fase, o governante entende que é a altura de acompanhar e aguardar por desenvolvimentos futuros. E lembrou que, “no início do ano, houve uma subida do preço do petróleo durante algumas semanas que teve reflexos no preço da gasolina e do gasóleo”. “Nessa vez, também disse que era preciso ter calma e esperar para ver o evoluir dos acontecimentos e, passadas algumas semanas, os preços dos combustíveis baixaram”, salientou. Em fevereiro deste ano, Miranda Sarmento afirmou que só iria baixar o ISP se os combustíveis subissem para níveis “insuportáveis”, o que não veio a acontecer.

“Vamos acompanhar o que se vai passar nas próximas semanas, o preço da matéria-prima que desenvolveremos terá a evolução do conflito e, se for necessário, atuaremos”, insistiu.

Quando for abastecer, na próxima segunda-feira, deverá passar a pagar 1,615 euros por litro de gasóleo simples e 1,723 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Apesar das subidas, e caso se confirmem estes valores, desde o início do ano os preços do diesel desceram 1,8 cêntimos e os da gasolina 5,3 cêntimos.

Os valores podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, o gasóleo subiu 1,7 cêntimos e a gasolina 1,4 cêntimos, subidas superiores às expectativas do mercado, que apontavam para valorizações de 1,5 cêntimos e um cêntimo, respetivamente.

Entretanto, os contratos futuros do brent, que servem de referência para o mercado europeu, estão esta sexta-feira a descer 0,46%, para 76,81 dólares por barril, mas caminham para a terceira semana de ganhos, pois a escalada das hostilidades no Médio Oriente continuou a alimentar receios de interrupções no fornecimento regional. Esta semana, o ganho esperado é de 4%.

Os ataques entre Israel e Irão persistem. Telavive ordenou a intensificação dos ataques contra alvos estratégicos e governamentais em Teerão, após um míssil iraniano ter atingido uma ala vazia de grande hospital em Israel. Os olhos estão postos na Casa Branca, enquanto o Presidente Donald Trump pondera o envolvimento direto dos EUA no conflito. A decisão deverá ser tomada dentro de duas semanas. Apesar dos riscos elevados, os relatórios indicaram que o Irão está a manter as exportações de crude, carregando 2,2 milhões de barris por dia até agora esta semana — o nível mais elevado em cinco semanas.

Os preços do petróleo subiram também fruto de uma queda mais acentuada do que o esperado nos stocks de crude dos EUA no início da semana, com os dados do governo a mostrarem o maior declínio semanal num ano.

(Notícia atualizada às 13h43)

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