Peso da taxa mista no crédito da casa duplicou em 2024

Perspetiva de alívio dos juros levou famílias portuguesas a optarem pelo regime de taxas mistas no crédito à habitação: oito em cada dez contratos celebrados no ano passado tinham esta taxa.

As famílias portuguesas têm uma nova preferência no que toca ao regime de taxas do seu crédito à habitação. O peso da taxa de juro mista nos empréstimos da casa quase duplicou no ano passado, representando mais de oito em cada dez contratos celebrados em 2024.

Em 2023, a taxa mista, que tem um período inicial de taxa fixa seguida de um período de taxa variável, representou 45% dos contratos de empréstimo da casa. Esse peso praticamente duplicou para 82% no ano passado, de acordo com o Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito de 2024, divulgado esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

Já os contratos com taxa fixa e taxa variável representaram 6,4% e 11,6%, caindo de forma expressiva em relação a 2023 (12,4% e 42,6%, respetivamente). Historicamente, as famílias portuguesas sempre mostraram preferência pela taxa variável, mas a escalada dos juros em 2022 e 2023 mudou os hábitos.

Segundo o Banco de Portugal, “as instituições bancárias indicaram um aumento da procura e da contratação de taxas mistas no âmbito de crédito à habitação, num contexto de taxas de juro ainda relativamente elevadas, mas em descida”.

“A maior procura foi acompanhada pela comercialização de mais produtos de crédito à habitação com este tipo de taxa de juro”, acrescenta o supervisor.

Apesar da mudança de hábito observada no ano passado, quase 75% dos contratos da casa que os bancos tinham em carteira no final de 2024 estavam associados a taxa variável. A taxa mista correspondia a 22% dos contratos em carteira, enquanto a taxa fixa continua a ter um peso residual na ordem dos 3,3%.

Os dados do Banco de Portugal mostram que foram celebrados, em média, 10.447 novos contratos de crédito à habitação por mês no ano passado, um aumento de 26,6% em relação a 2023. Nestes contratos, os bancos concederam em média quase 1,5 mil milhões de euros de crédito da casa, subindo 32% face ao ano anterior.

Existiam 1,32 milhões de contratos de crédito à habitação em carteira no final de 2024, “um valor
ligeiramente inferior ao verificado no final de 2023”. A estes contratos correspondia um saldo em dívida de 101,7 mil milhões de euros (mais 3,5% do que no ano anterior).

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