Obras no Mosteiro de Alcobaça sobem de 6,5 para 8,9 milhões de euros
O concurso público internacional estabelece um valor base de 5,8 milhões de euros só para a reabilitação do antigo Paço Abacial e do Claustro do Cardeal. Com outras duas obras sobe para 8,9 milhões.
A Câmara de Alcobaça aumentou para 5,8 milhões de euros o concurso público para a reabilitação do Paço Abacial e do Claustro do Cardeal, depois de a obra, lançada inicialmente por 4,3 milhões de euros, não ter tido concorrentes.
O concurso público internacional, publicado na quarta-feira em Diário da República, estabelece um valor base de 5,8 milhões de euros (ME) para a reabilitação do antigo Paço Abacial e do Claustro do Cardeal, no Mosteiro de Alcobaça, no distrito de Leiria, a que se juntam os valores para a reabilitação do Celeiro e a requalificação do Jardim do Obelisco.
A reabilitação vai permitir “mudar para este espaço os serviços administrativos do mosteiro e dotar o local de um elevador, para facilitar as deslocações entre o rés-do-chão e o primeiro andar”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Alcobaça, Hermínio Rodrigues (PSD).
A obra integra-se num investimento suportado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ao abrigo de contratos interadministrativos, celebrados em novembro de 2021 e, segundo o presidente da câmara, “serão suportados na íntegra estes aumentos de valor que tiveram de ser feitos devido aos concursos terem ficado vazios”.
A reabilitação do antigo Paço Abacial e do Claustro do Cardeal foi submetida a um primeiro concurso internacional, com o valor base de 4,3 milhões, em fevereiro deste ano, mas “não atraiu nenhum concorrente e foi necessário aumentar o valor, esperando que agora venha a haver concorrentes”, explicou o autarca.
De acordo com os dados disponibilizados pela autarquia, a reabilitação do antigo Paço Abacial e do Claustro do Cardeal deverá ascender a 6,2 milhões de euros, já com IVA, o valor mais alto de um conjunto de três intervenções aprovadas para o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.
Além desta obra, a Câmara abriu concurso para a reabilitação do Celeiro e da zona superior da Cerca, “que começou a ser lançada por 850 mil euros e que só teve concorrente no terceiro concurso, em fevereiro de 2025”, quando foi lançado pelo preço base de 1,3 milhões.
A terceira intervenção, a requalificação do Jardim do Obelisco, foi posta a concurso na mesma data, pelo preço base de 950 mil euros, ficando o concurso “deserto pela segunda vez”, relatou o presidente, dando nota que a obra só foi adjudicada à terceira tentativa, “com o valor atualizado para 1,4 milhões”.
As três obras, que ascendiam 6,5 milhões, passam agora a totalizar 8,9 milhões, informou Hermínio Rodrigues, e terão de estar concluídas até junho do próximo ano.
As intervenções, enquadradas no Plano Diretor do Mosteiro de Alcobaça 2016-26, visam “redefinir ocupar e valorizar diversos espaços devolutos ou disfuncionais” neste património, permitindo “a reabilitação de espaços interiores e exteriores, cuja utilização, permanente ou sazonal, garante a sua conservação futura e permite que o complexo monástico se transforme num potencial polo criativo e dinamizador para a região”, pode ler-se na página na internet do Património Cultural.
O Mosteiro de Alcobaça “é considerado um dos maiores e mais bem conservados edificados da Ordem de Cister em toda a Europa e consegue, através deste financiamento, melhorar o desempenho energético e salvaguardar as suas infraestruturas para as gerações futuras”, pode ler-se na página de monitorização do PRR.
O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça foi a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português, tendo sido começada a sua construção em 1178 pelos monges da Ordem de Cister. Está classificado como Monumento Nacional português desde 1910 e como Património da Humanidade, pela Unesco, desde 1989.
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