PS, PCP, Chega, PAN, IL e CDS propõem medidas para apoiar viticultores do Douro

  • Lusa
  • 9 Julho 2025

Os projetos de resolução deram entrada no parlamento depois de 2 de julho, dia em que produtores se manifestaram, na Régua, para alertar para dificuldade no escoamento da uva.

O PS, PCP, Chega, PAN, IL e CDS-PP pediram ao Governo a implementação de medidas para ajudar os viticultores e mitigar a crise que atinge o Douro, em projetos de resolução debatidos esta quarta-feira no parlamento.

Os projetos de resolução deram entrada no parlamento depois de 2 de julho, dia em que pequenos e médios produtores se manifestaram, na Régua, para alertar para dificuldade no escoamento da uva e a venda a preços baixos, enquanto os custos de produção sobem.

A Região Demarcada do Douro (RDD) enfrenta uma crise profunda no setor vitivinícola, marcada por um excesso de stocks de vinho, pela redução significativa do benefício para a produção de vinho do Porto e pela incapacidade de escoamento da produção vitivinícola nos últimos dois anos, o que levou à perda de rendimentos e, em casos dramáticos, ao abandono de uvas por vindimar”, afirmou Rui Santos (PS), durante o debate no plenário da Assembleia da República.

O parlamentar alertou que a vindima de 2025 poderá ser ainda mais dramática do que a de 2024, defendeu uma linha de apoio financeiro aos viticultores e disse “o mesmo Estado que injetou milhares de milhões para salvar empresas privadas não pode lavar as mãos quando é o Douro que pede socorro”.

A deputada Paula Santos (PCP) apontou à “passividade do Governo perante a crise que a RDD enfrenta” e à adoção de medidas urgentes como a fixação de preços indicativos mínimos, a manutenção do benefício e a limitação das importações de vinho a granel.

O benefício, que é a quantidade de mosto que cada produtor pode destinar à produção de vinho do Poro, foi de 90.000 pipas (550 litros cada) em 2024 e 104.000 em 2023 e, para este ano, o comércio propôs, no conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), a redução para as 68.000 pipas.

Pedro Frazão (Chega) disse que os produtores durienses estão “fartos de promessas vazias”, pelo que o partido propõe uma linha de crédito financeiro, com juros bonificados, dirigida a cooperativas e empresas do Douro e que o Governo avance com a destilação do vinho excedente produzido na região e o aproveitamento dessa aguardente para a produção do vinho do Porto.

Para Inês Sousa Real (PAN), a “resposta pública tarda em chegar” e, por isso, desafiou o Governo para uma maior clarificação na atribuição da rotulagem e certificação, propôs que o excedente da uva possa ser comprado pelos municípios e disponibilizado nos refeitórios locais e ainda um plano de mitigação e adaptação do setor aos efeitos das alterações climáticas.

Pela IL, Mário Amorim Lopes disse que “o consumo mundial de vinho do Porto caiu 32%” desde 2000 e que “aumentar o benefício nesta conjuntura seria de uma enorme irresponsabilidade”, por isso defende um programa de reorganização voluntária da produção vitivinícola na RDD, que permita o arranque de vinha com realocação dos direitos de benefício para outras parcelas.

João Almeida, do CDS-PP, recordou medidas do Governo de Luís Montenegro, como o reforço da fiscalização, proibição de entrada de produtos vínicos de fora da região ou a descativação de verbas do IVDP, mas adiantou que é preciso continuar a tomar medidas a nível, por exemplo, da promoção internacional que ajude a “escoar a produção a preços que efetivamente remunerem a atividade dos vitivinicultores”.

Fernando Queiroga (PSD) disse que o foco “está efetivamente em resolver os problemas das pessoas”, adiantou que o “Governo está a trabalhar há meses num plano específico para o Douro” e frisou que a “prioridade é garantir um rendimento justo para os produtores”.

Mariana Mortágua (BE) lembrou a ameaça de aumento de tarifas pelo presidente norte-americano, enquanto Jorge Pinto (Livre) pediu “soluções novas” e Filipe Sousa (JPP) falou num comerciante que disse ser completamente inviável continuar no mercado nos mesmos moldes do ano anterior por causa do ‘stock’ cheio.

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