Sporting cria nova empresa para potenciar receitas do estádio e do museu
A Sporting Entertainment nasce com um capital social de 50 mil euros e 147 milhões de euros em ativos, e com a missão de transformar o estádio do bicampeão nacional num complexo de entretenimento.
A SAD do Sporting deu mais um passo na reorganização do seu universo empresarial com a criação da Sporting Entertainment, uma nova sociedade anónima constituída para assumir a gestão e exploração comercial do Estádio José Alvalade e todo o seu ecossistema.
A empresa, constituída a 17 de junho e registada esta semana, nasce com um capital social de 50 mil euros e com uma carteira de ativos avaliada em 146,97 milhões de euros, transferidos por uma operação de cisão-fusão com a Sporting SAD.
A liderança da Sporting Entertainment ficará a cargo de Frederico Varandas, presidente do clube e da SAD, que é acompanhado no conselho de administração pelos dois vice-presidentes da sociedade anónima desportiva leonina: Francisco Salgado Zenha e André Bernardo.
O trio, que tem mandato até 2028, assume assim a responsabilidade de transformar o estádio de Alvalade numa “máquina” de entretenimento, seguindo tendências internacionais, tal como foi anunciado pela administração do clube em setembro do ano passado no âmbito da apresentação do plano estratégico 2024-2034 sob o slogan “Every day be better” (Todos os dias ser melhor).
“Os mercados altamente competitivos do merchandising de clubes desportivos, especialmente nas modalidades de maior popularidade como o futebol profissional, estão intimamente ligados ao licenciamento de direitos de propriedade industrial e, simultaneamente, à gestão e exploração integrada e sustentável – tanto do ponto de vista económico como ambiental — de grandes estádios e outros complexos desportivos multifuncionais”, refere o projeto de cisão-fusão entre a Sporting SAD e a Sporting Enternainment, a que o ECO teve acesso.
Entre os ativos mais valiosos transferidos para a nova empresa está o direito de superfície do Estádio José Alvalade, avaliado em mais de 117 milhões de euros, que representa a fatia mais significativa dos 146,97 milhões de euros em ativos que a Sporting Entertainment herda.
A nova empresa assume um âmbito de atuação muito alargado, que vai desde “a administração, gestão, exploração e promoção, comercial e económica, do Estádio José Alvalade, suas instalações, todos e quaisquer espaços, nomeadamente, zonas comerciais, de lazer, áreas VIP, o Museu Sporting”, até à “realização, promoção e organização de eventos de todo o tipo, nomeadamente, culturais, musicais, recreativos, educacionais e de entretenimento, incluindo a gestão do catering e o fornecimento de alimentos e bebidas”.
Esta operação de cisão-fusão permite ao Sporting separar duas áreas de negócio distintas: por um lado, a SAD concentra-se exclusivamente na gestão do futebol profissional; por outro, a Sporting Entertainment assume toda a vertente comercial e de entretenimento associada ao estádio.
Esta separação visa, segundo o documento, “uma melhor perceção pelo mercado do contributo de cada área de negócio para a valorização das respetivas ações”, ao mesmo tempo que promove a intenção de potenciar “o desenvolvimento de outras receitas associadas a patrocínios, merchandising, museu, que devem ser exploradas de forma profissional e carecem de fortes investimentos para poderem desenvolver estas fontes de receitas em benefício das SAD e dos grupos que estas integram”.
Entre os ativos mais valiosos transferidos para a nova empresa está o direito de superfície do Estádio José Alvalade, avaliado em mais de 117 milhões de euros, que representa a fatia mais significativa dos 146,97 milhões de euros em ativos que a Sporting Entertainment herda, e que atualmente tem a decorrer obras no sentido de eliminar o fosso que separava as bancadas do relvado, com o intuito de ganhar mais 2 mil lugares.
Para os acionistas da Sporting SAD, a operação é neutra, uma vez que a SAD continuará a deter a totalidade do capital social da Sporting Entertainment. Não haverá, por isso, “qualquer atribuição ou troca de participações sociais”, mantendo-se a estrutura acionista inalterada.
A nova empresa assume também a gestão de contratos de patrocínio, publicidade, parcerias e naming rights, além de toda a operação das Lojas Verde e do merchandising oficial do clube.
A constituição da Sporting Entertainment segue uma tendência observada noutros clubes, como é o caso do FC Porto, que há um ano criou uma empresa para gerir o naming e a bilhética do Estádio do Dragão, numa parceria com a empresa espanhola Ithaka Infra, que envolve um investimento de 65 milhões de euros ao longo de 25 anos.
Esta movimentação reflete a crescente importância das receitas comerciais no futebol moderno, numa altura em que os direitos televisivos atingiram um patamar de estabilização e os clubes procuram diversificar as suas fontes de rendimento. A Sporting Entertainment representa assim um passo importante na modernização da estrutura empresarial do Sporting, permitindo uma gestão mais especializada e profissional dos ativos comerciais do clube, com especial foco na maximização do potencial do Estádio José Alvalade.
O processo de cisão-fusão produzirá efeitos contabilísticos a partir de 1 de setembro e beneficia do regime especial de neutralidade fiscal previsto no Código do IRC, não havendo assim tributação da operação. O documento especifica que “a transmissão dos ativos e passivos da SAD ocorrerá pelos valores pelos quais estes se acham inscritos ou reconhecidos para efeitos fiscais”.
Frederico Varandas e a sua equipa consideram ainda que a nova estrutura organizacional procura também responder às exigências de um mercado cada vez mais competitivo e especializado. O documento sublinha que “particularmente no que diz respeito à exploração comercial dos grandes estádios desportivos, tem-se verificado, a nível internacional, uma evolução notável nos modelos de negócio e na rentabilização destas infraestruturas”.
Um dos objetivos declarados com esta reestruturação é permitir “obter outros meios de financiamento, designadamente nos mercados internacionais, com vantagem relativamente aos termos desses meios financeiros adicionais que se pretende captar para reforçar a capacidade de investimento” na unidade de negócio transferida.
Para os acionistas da Sporting SAD, a operação é neutra, uma vez que a SAD continuará a deter a totalidade do capital social da Sporting Entertainment. Não haverá, por isso, “qualquer atribuição ou troca de participações sociais”, mantendo-se a estrutura acionista inalterada.
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