Mário Centeno deixa negócio imobiliário de “alto risco” no Banco de Portugal

  • ECO
  • 9:34

Contrato-promessa assinado com a Fidelidade para a compra de edifícios para a nova sede do banco central tem contingências de "alto risco”, segundo relatórios de due diligence.

A 2 de maio, quando faltavam pouco mais de dois meses para o final do mandato como governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno assinou um contrato-promessa com quatro sociedades do Grupo Fidelidade para a construção da nova sede do banco central nos antigos terrenos da Feira Popular, em Lisboa.

No entanto, segundo avança o Observador (acesso pago), os relatórios de due diligence técnico e jurídico encomendados pelo BdP alertam para 16 contingências graves que podem vir a colocar em causa o negócio, que só será concretizado no final de 2027.

A instituição aceitou pagar um sinal de 57,5 milhões de euros, mas a projeção de custo total da obra é de entre 235 milhões e 280 milhões de euros. Acima dos 191,99 milhões de euros que Mário Centeno prometeu pagar por todas as frações autónomas de dois edifícios ‘em tosco’ e 168 lugares de estacionamento.

Quando o Banco de Portugal avançou para a assinatura do contrato-promessa, a obra de construção dos dois novos edifícios ainda não tinha ‘luz verde’ para começar e nem sequer estavam concluídos os projetos — que tiveram de ter uma “alteração profunda”, segundo um relatório do assessor técnico Ficope.

Embora o Simplex Urbanístico permita que a Fidelidade inicie as obras sem nenhum licenciamento aprovado, conforme admitido nos relatórios, é real o risco de poderem vir a ser embargadas pela Câmara de Lisboa ou suspensas por intervenção do Ministério Público, no âmbito da jurisdição administrativa.

Entretanto, o CDS-PP anunciou que vai pedir uma audição parlamentar “urgente” do governador do Banco de Portugal, na Comissão de Orçamento e Finanças, para que Mário Centeno possa dar “explicações sobre essas operações”.

(Notícia atualizada às 13h50 com pedido de audição parlamentar)

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