É fundamental um “verdadeiro mercado único das telecomunicações”, defende CEO da Meo
Ana Figueiredo defende "regras simplificadas, condições de concorrência justas e uma aposta estratégica num setor que impulsiona o crescimento, a inovação e a soberania digital europeia".
A presidente executiva (CEO) da Meo disse esta quinta-feira à Lusa que é fundamental avançar para um verdadeiro mercado único das telecomunicações e defendeu a urgência de transformar o setor e reforçar a competitividade da Europa.
Ana Figueiredo e vários líderes de operadoras europeias enviaram, através da Connect Europe, uma carta a Bruxelas defendendo que manter uma elevada ambição na reforma das telecomunicações é essencial para a competitividade da União Europeia.
“É fundamental avançar para um verdadeiro mercado único das telecomunicações, com regras simplificadas, condições de concorrência justas e uma aposta estratégica num setor que impulsiona o crescimento, a inovação e a soberania digital europeia”, salientou a executiva.
“O futuro Digital Networks Act e a revisão do regime de concentrações da UE devem concretizar esta ambição e posicionar a Europa na vanguarda da conectividade global”, defendeu Ana Figueiredo, que explicou a razão pela qual subscreveu a carta (‘CEO Letter’). A Meo “subscreveu esta carta porque acreditamos na urgência de transformar o setor das telecomunicações, elevando a ambição e reforçando a competitividade da Europa no cenário global”, argumentou a responsável.
E rematou: “Vivemos um período crítico, marcado por uma crescente dependência tecnológica externa, pressão global sem precedentes e necessidade clara de investimento e escala”.
A missiva, datada de 23 de julho, foi enviada pela Connect Europe, que representa os principais operadores de comunicações na Europa, com 20 subscritores, entre os quais Ana Figueiredo, e dirigido à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e às vice-presidentes executivas Teresa Ribera e Henna Virkkunen.
Em linha com outros setores, “acreditamos também que é necessário um forte desvio de política para uma abordagem pró-inovação e pró-investimento, para que a UE se torne competitiva e reivindique o seu lugar na corrida tecnológica global”, acrescentam, apoiando uma “revisão fundamental das regras atuais das telecomunicações” e a aplicação plena das recomendações de Mario Draghi e Enrico Letta” para o setor, “mantendo o nível de ambição destas reformas”, lê-se na carta.
O ecossistema da conectividade representa 4,7% da economia europeia (PIB) e é “crucial” para vários setores. Como membros da Connect Europe, “representamos 70% do investimento do setor e comprometemo-nos com mais de 50 mil milhões de euros por ano na expansão de redes e inovação de serviços”, referem os signatários.
Contudo, “precisamos de fazer mais, investimentos adicionais são críticos, como também foi destacado na recente Declaração da Cimeira da NATO, que apelou a injetar até 1,5% do PIB anualmente para proteger as nossas infraestruturas críticas, defender as nossas redes, garantir a nossa preparação civil e resiliência, impulsionar a inovação e fortalecer a nossa base industrial de defesa'”, elencam.
“Pedimos que se aja agora para moldar um futuro digital europeu competitivo, resiliente e inclusivo” para “alcançar a liderança da UE nas diferentes camadas da tecnologia”. Tal “exige uma melhoria significativa no clima de investimento para infraestruturas críticas como redes gigabit, FTTH, 5G standalone, cloud soberana e edge-cloud e cabos submarinos”, apontam.
Exige também prioridade nas “estruturas de mercado que favoreçam o investimento, bem como mais apoio à inovação da UE em IA [inteligência artificial], encriptação quântica e 6G”.
O próximo Digital Networks Act, defendem, “deve trazer respostas concretas para enfrentar estes desafios, garantindo que o elevado nível de ambição expresso até agora nas cartas de missão e nos relatórios de alto nível não seja diluído”. Entre os signatários estão Allison Kirkby (BT), Christel Heydemann (Orange) ou Marc Murtra (Telefónica).
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