Marsh afirma que preços dos seguros continuam a descer a nível global: 4% no segundo trimestre
Tensões globais e incertezas económicas afetam a vontade dos empresários em escalar o negócio o que reduz contratação de seguros, afirma a corretora Marsh. É a baixar preços que se captam clientes.
Os preços dos seguros caíram, em média, 4% a nível global no segundo trimestre de 2025, face ao mesmo período do ano anterior, segundo o ‘Global Insurance Market Index’, divulgado pela corretora Marsh. Trata-se da quarta descida trimestral consecutiva – e de uma queda superior à registada no primeiro trimestre, que foi de 3% – após sete anos de aumentos trimestrais, e representa a continuação da tendência de moderação nos preços, observada pela primeira vez no primeiro trimestre de 2021.

A queda de preço é reflexo de maior competição entre as seguradoras. As tensões geopolíticas, como o aumento das tarifas aduaneiras e conflitos, têm criado incertezas nas empresas quanto aos seus planos de crescimento. Aliando este fator ao das incertezas económicas, pode resultar num abrandamento da contratação de seguros “o que pode afetar as perspetivas de crescimento das seguradoras e aumentar a concorrência entre elas, exercendo pressão descendente sobre as taxas”.
Contas feitas, os clientes beneficiaram não só da redução nos prémios como também de melhorias nas opções de cobertura. “A crescente concorrência entre seguradoras, com metas de crescimento ambiciosas, está a proporcionar preços mais competitivos e opções de cobertura mais amplas. Neste contexto, o aumento da taxa de sinistralidade nos EUA é uma preocupação para os clientes”, afirmou afirma Luís Sousa, diretor de Placement da Marsh Portugal.
Apesar do abrandamento generalizado dos preços dos prémios, a Marsh alerta que as tendências podem inverter-se rapidamente em caso de catástrofes inesperadas. A consultora destaca, em particular, a vigilância constante sobre a época de tempestades tropicais e furacões na América do Norte.
A análise por linhas de produto revela que os seguros de danos materiais registaram uma queda global de 7%, após uma descida de 6% observada no trimestre anterior. As maiores reduções ocorreram nos EUA (9%) e na região do Pacífico (13%), com quedas entre 4% e 7% nas restantes regiões.
As taxas dos seguros de responsabilidade civil aumentaram 4% a nível global, impulsionadas por uma subida de 9% nos EUA, atribuída sobretudo à maior frequência e gravidade dos sinistros, muitos dos quais resultaram em indemnizações avultadas
Já as linhas financeiras e profissionais registaram uma descida de 4%, após uma queda de 6% no primeiro trimestre. A tendência de moderação observou-se em todas as regiões, exceto nos EUA, onde os preços se mantiveram estáveis.
Também os seguros cibernéticos e tecnológicos registaram uma descida de 7% a nível global, com reduções expressivas de 17% na América Latina e 15% na Europa.
Todas as regiões registaram quedas nas taxas compostas — entre 4% e 11% — em comparação com o segundo trimestre de 2024, à exceção dos EUA, onde as taxas se mantiveram inalteradas. O Pacífico (-11%) e o Reino Unido (-6%) destacaram-se pelas maiores reduções. Na Ásia, América Latina e Caraíbas, e na região que engloba Índia, Médio Oriente e África, as quedas foram de 5%, enquanto no Canadá e na Europa se fixaram nos 4%.
Os dados são extraídos da carteira de clientes da empresa da Marsh McLennan.
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