Envelhecimento populacional acelera automatização e exige novos seguros

  • ECO Seguros
  • 4 Agosto 2025

O envelhecimento populacional está a acelerar a automatização, o que exige das seguradoras empresariais novas coberturas ajustadas a estes perfis de risco, revela Capgemini.

Nos próximos anos, estima-se que haverá 26 idosos por cada 100 pessoas em idade ativa, um aumento significativo face aos atuais 16. Esta evolução, que reflete o agravamento da taxa de dependência global, terá impacto direto na força de trabalho e nos hábitos de consumo, colocando novos desafios às seguradoras do ramo não-vida, conclui um estudo da Capgemini.

De acordo com o relatório, o peso crescente da população idosa significa que a população ativa terá de suportar mais encargos, um cenário particularmente preocupante fora do continente africano. Excluindo a África, que mantém uma estrutura etária mais jovem, a taxa de dependência deverá subir de 18% para 31%.

Esta mudança demográfica está a forçar uma reconfiguração do setor segurador. As seguradoras automóveis, por exemplo, terão de apostar mais em seguros empresariais e soluções de mobilidade partilhada, já que os seniores tendem a conduzir menos e a recorrer a serviços de transporte alternativos. Também os seguros de propriedade pessoal precisarão de ser adaptados a um público mais envelhecido, que privilegia casas mais pequenas e, muitas vezes, multigeracionais.

No mercado de trabalho, a transformação será igualmente relevante. O envelhecimento populacional está a acelerar a automatização, o que exige das seguradoras empresariais novas coberturas ajustadas a estes perfis de risco.

Em termos de consumo, o estudo da Capgemini sublinha que a população sénior está menos interessada em grandes aquisições, mas mais focada em experiências e bem-estar. Cerca de 45% dos consumidores inquiridos dizem querer gastar mais em viagens, artigos de luxo e remodelações em casa, enquanto 70% não tencionam mudar de habitação ou comprar imóveis maiores.

Além das alterações demográficas, as seguradoras enfrentarão riscos cada vez mais interligados, em particular os associados às alterações climáticas. A correlação entre riscos climáticos, envelhecimento da população e vulnerabilidades operacionais aumentará o potencial de sinistros. Para lidar com este cenário, a Capgemini defende a integração de dados climáticos e o uso de análises preditivas para otimizar a subscrição.

O estudo alerta que a evolução tecnológica será determinante. Embora 88% das seguradoras reconheçam a importância da subscrição avançada baseada em previsões e dados em tempo real, apenas 17% afirmam estar preparadas para implementá-la em larga escala.

Entre as recomendações do relatório destacam-se três linhas estratégicas:

  • Foco no cliente: adaptar a presença geográfica e os modelos de serviço às diferentes faixas etárias;
  • Transformação operacional: modernizar arquiteturas de dados, apostar em inteligência artificial e automação para aumentar a resiliência e eficiência;
  • Gestão de risco: implementar modelos de subscrição preditivos e uma gestão dinâmica dos portefólios.

Segundo a Capgemini, estas mudanças requerem uma evolução contínua. Enquanto os gestores deverão concentrar-se nas ações de médio prazo, os Conselhos de Administração terão de assegurar o alinhamento estratégico a longo prazo, de forma a preparar o setor para a nova realidade demográfica e climática.

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