Prestação da casa cai até 12% em setembro. Saiba quanto pagará a menos pelo seu crédito à habitação

O alívio no orçamento das famílias portuguesas com crédito à habitação continua em setembro, mas a um ritmo cada vez menor. A redução da prestação da casa dos empréstimos cujas taxas serão revistas em setembro será a menor em muitos meses, segundo cálculos do ECO.

Isso é particularmente visível nos contratos indexados à Euribor a 3 meses revistos no próximo mês, que registarão uma descida da prestação inferior a 1%. É o sinal mais evidente de que o ciclo de quedas das prestações da casa está a chegar ao fim.

• A descida será particularmente tímida nos contratos indexados à Euribor a 3 meses. Num empréstimo típico de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1%, a prestação mensal vai cair apenas 0,88%, passando de 639,5 euros para 633,8 euros no próximo mês. Trata-se de uma poupança de apenas 5,65 euros, a menor queda desde junho do ano passado. Esta evolução reflete a estabilização da Euribor a 3 meses, que se tem mantido próxima dos 2% nas últimas sessões. A taxa fixou-se em 2,032% na quarta-feira, após vários dias com movimentos residuais.
• Nos contratos indexados à Euribor a 6 meses – que representam a maior fatia dos empréstimos à habitação à taxa variável em Portugal – o alívio continua a ser mais significativo, mas ainda assim inferior ao verificado em meses anteriores. Num contrato com as mesmas características, mas indexado à Euribor a 6 meses, a correção da prestação da casa dos empréstimos revistos em setembro será de 4,6%, correspondendo a um montante 31 euros mais baixo face à prestação que tem sido paga desde março, passando de 670,2 euros para 639,4 euros. Trata-se da correção da prestação mais baixa desde agosto do ano passado.
• A descida continuará a ser particularmente sentida nos contratos indexados à Euribor a 12 meses. Num empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1%, a prestação mensal vai cair 12,2%, passando dos 730,6 euros pagos desde setembro de 2024 para 641,6 euros no próximo mês. Trata-se de uma poupança de cerca de 89 euros. Apesar de continuar a registar a maior queda em termos percentuais, esta redução de 12,2% representa a menor descida homóloga desde setembro do ano passado, sinalizando que mesmo neste indexante o ritmo de alívio está a abrandar.

Os dados revelam uma realidade que já era esperada pelos analistas: o ciclo de quedas das prestações da habitação está próximo do fim. Depois de mais de um ano de reduções consecutivas que proporcionaram um alívio significativo às famílias portuguesas, as taxas Euribor começam a estabilizar em níveis perto da meta dos 2% do Banco Central Europeu, retirando assim margem para poderem continuar a descer muito mais.

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As previsões para os próximos meses apontam para que as taxas se mantenham estáveis ou registem descidas residuais. Segundo os contratos forward sobre a Euribor a 3 e 6 meses (vistos como uma antecipação pelo mercado do movimento das taxas), é expectável que os indexantes dos créditos à habitação não se afastem muito dos níveis atuais, mostrando resistência em redor da barreira dos 2%, que transacionam atualmente.

Para os mutuários de empréstimos à habitação, esta nova realidade representa o fim de um período favorável — após um período de grande aperto financeiro com a subida das Euribor a um ritmo histórico.

As famílias com crédito à habitação indexado à taxa variável — que representam cerca de 60% dos contratos atualmente em vigor — vão beneficiar de mais uma descida da prestação da casa em setembro, caso os seus contratos sejam revistos no próximo mês. No entanto, esta redução será muito mais modesta do que aquela a que os mutuários se habituaram nos últimos meses.

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