ASF quer objetivos claros para levar mais mulheres ao topo
Apenas 21% dos membros dos conselhos de administração das seguradoras são mulheres. O regulador do setor lança a consulta pública recomendações para multiplicar este número.
A Autoridade de Supervisão dos Seguros e Fundos de Pensões (ASF) colocou em consulta pública um conjunto de recomendações para reforçar a representação das mulheres nos órgãos de administração e fiscalização das seguradoras. O regulador propõe a definição de objetivos claros, mensuráveis e regularmente revistos para aumentar a presença de mulheres nos cargos do topo.
Segundo a ASF, apesar dos avanços registados entre 2022 e 2024, a representatividade feminina continua reduzida sobretudo nos conselhos de administração das seguradoras, onde apenas 21% dos lugares são ocupados por mulheres. O regulador destaca que esta realidade contrasta com outras funções-chave do setor, em que a presença feminina é mais expressiva — 56% no caso de funções críticas nas seguradoras.
Entre as recomendações, a autoridade propõe a integração da diversidade de género nos planos estratégicos e de sucessão, a criação de medidas concretas nos processos de recrutamento, promoção e formação, e a designação de um responsável pelo acompanhamento e reporte destes objetivos.
Os objetivos de diversidade de género definidos quer a ASF que sejam claros, concretos e mensuráveis na política de seleção e avaliar para todos os titulas de funções reguladas aos quais a política se deve aplicar. Também recomenda à que seja claro como as empresas pretendem atingir os objetivos.
Além disso, sugere que as empresas publiquem, nos respetivos sites, os objetivos definidos, as medidas adotadas e relatórios anuais de progresso.
As recomendações seguem a revisão da diretiva europeia Solvência II, que obriga as seguradoras a adotar políticas de promoção da diversidade nos órgãos de direção.
A consulta pública decorre até 1 de outubro de 2025, sendo que os contributos recebidos serão publicados no site da ASF, salvo indicação em contrário dos participantes.
O regulador considera que as medidas são essenciais visto que a “diversidade nos órgãos de administração e fiscalização das empresas, em especial a diversidade de género, contribui, entre outros aspetos, para a existência de opiniões e experiências diferenciadas, evitar o fenómeno do ‘pensamento de grupo’, favorecer a independência das decisões e o espírito crítico, e, consequentemente, para uma melhor gestão do risco e resiliência das empresas”.
Pode participar na Consulta pública aqui .
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