Um quinto dos jovens perdeu de 500 a 1.000 euros ao tentar aproveitar promoções da Black Friday

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Os portugueses estão a tornar-se mais cuidadosos quando compram online, mas 12% ainda dizem não tomar qualquer precaução ao fazer compras na internet, percentagem que se agrava entre a Geração Z.

Um inquérito realizado a mil portugueses revelou que 27% das pessoas entre os 45 e os 54 anos e 39% entre os 55 e os 64 anos dizem não se sentir muito confiantes para detetar burlas na Black Friday. Esta taxa desce para 25% entre a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012), mas um em cada cinco destes jovens diz já ter perdido dinheiro para burlões enquanto fazia compras online, com 21% a admitirem mesmo já ter perdido entre 500 e 1.000 euros ao tentarem aproveitar as promoções da Black Friday.

No cômputo geral, o estudo, conduzido pela Dynata para a Revolut em outubro de 2025, mostrou que apenas 13% dos consumidores se sentem “muito confiantes” na sua capacidade de identificar sites falsos ou ofertas fraudulentas online ou nas redes sociais durante a Black Friday.

No entanto, os dados do estudo mostram também que os portugueses se estão a tornar mais cuidadosos quando compram online, adotando comportamentos como comprar em sites ou aplicações de confiança (57%), usar cartões virtuais ou de utilização única (40%) ou evitar clicar em links de e-mails ou anúncios nas redes sociais (38%). Mas 12% dizem não tomar qualquer precaução ao fazer compras online, destacando-se a Geração Z, grupo em que 16% admitem não ter qualquer cuidado.

Os dados mostram que, embora os portugueses estejam mais conscientes das burlas, a confiança ainda não é suficiente. À medida que as compras passam a ser feitas cada vez mais nas redes sociais e online, os burlões tornam-se mais eficazes a fazerem-se passar por marcas de confiança. A melhor defesa é a cautela: se parece bom demais para ser verdade, provavelmente é. E o ideal é comprar sempre em sites fiáveis e com boas avaliações”, diz Woody Malouf, head of financial crime da Revolut, citado em comunicado.

No que diz respeito a encontrar promoções, os consumidores confiam principalmente em sites de retalhistas (36%), e quase na mesma proporção em anúncios pagos nas redes sociais, como Instagram, TikTok e Facebook (16%) e promoções por e-mail (15%).

Os anúncios nas redes sociais são, no entanto, mais tentadores para a Geração Z, com 33% dos inquiridos desta geração a escolherem esta opção (sendo a percentagem mais alta entre todas), enquanto a Geração X (44%) e os Boomers (40%) preferem o método tradicional de visita aos sites dos retalhistas. Apenas 6% dos portugueses dizem recorrer a conteúdos de influenciadores para encontrar promoções online.

As dicas da Revolut para reconhecer burlas online

Os burlões “criam sites que parecem idênticos a lojas legítimas para roubar dinheiro ou dados pessoais e bancários”, alerta a fintech, pelo que se deve sempre “verificar cuidadosamente o URL do site para garantir que é o verdadeiro”.

Quando os preços são demasiado baixos, com alguns sites venderem produtos caros (como eletrónica, joalharia ou marcas de roupa) a preços muito baixos, os compradores arriscam-se a “receber produtos falsos ou, simplesmente, nada”. “Se parece bom demais para ser verdade, provavelmente é”, diz a Revolut, aconselhando a que sejam lidas avaliações de outros clientes antes de se efetuar uma compra.

Tendo em conta que os burlões “criam lojas falsas que operam por pouco tempo e desaparecem após algumas vendas”, os consumidores não devem confiar em “páginas recentes com muitas avaliações positivas”, uma vez que estas “podem ser falsas e criadas apenas para enganar”.

Em períodos de grande volume de compras, como na Black Friday, as mensagens falsas e e-mails de phishing aumentam, pelo que a Revolut aconselha a que se acompanhe as encomendas diretamente no site do retalhista ou da transportadora e se verifique sempre o endereço do remetente e ter atenção a erros subtis de ortografia.

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