BRANDS' TRABALHO Mestrados executivos: uma forma de aprendizagem continuada
Os mestrados executivos duram apenas um ano e podem ser facilmente conciliados com uma profissão. Ao ECO, Marta Pimentel, Executive Education Director na Nova SBE, explica as vantagens desta opção.
As mudanças imprevisíveis e rápidas que se têm vindo a observar no mundo obrigam a que pessoas, empresas e outras entidades se desenvolvam e atualizem a cada dia para conseguirem acompanhar esta evolução.
Com isso, as exigências nos mercados de trabalho também são cada vez maiores, tanto para empregadores como para funcionários. Se, por um lado, os empregadores se deparam com a dificuldade de reter talento, por outro lado, os funcionários, sentem que têm de estar constantemente a desenvolver as suas capacidades para fazer face às suas funções.
A pensar nestas duas situações, a Nova School of Business and Economics (Nova SBE) desenvolveu cinco mestrados executivos, todos eles com uma particularidade: ao invés de terem a duração de um ano e meio, estes mestrados são realizados em apenas 12 meses.
Em entrevista ao ECO, Marta Pimentel, Executive Education Director na Nova, explicou em que consistem estes mestrados executivos, quais as vantagens que trazem aos profissionais e ainda detalhou cada uma das cinco opções que a Nova SBE oferece aos seus alunos.
O que são mestrados executivos e o que trazem de novo?
Existe agora, na legislação europeia, esta nova categoria de programas que se chamam mestrados executivos. Os mestrados executivos têm uma particularidade porque, ao contrário dos restantes mestrados, eles têm um ano de duração e não um ano e meio, isto porque se reconhece que as pessoas a quem eles se dirigem já adquiriram uma competência anterior e, por isso, não há necessidade de fazer um ano e meio.
E de que forma os conteúdos estão repartidos ao longo desse ano?
Os mestrados executivos são de seis meses letivos mais seis meses de work project, ou seja, de um projeto empresarial. Cada pessoa traz o seu próprio desafio empresarial ou nós temos aqui um pacote de desafios empresariais de empresas parceiras e, com base naqueles conhecimentos que aprendeu, coloca num caso real empresarial.
Quantos mestrados executivos tem a Nova SBE e o que oferecem?
Nós optamos por ter cinco mestrados executivos. Neste cinco mestrados executivos, há dois que são mais sistémicos e três mais especialistas. Nos dois mais sistémicos temos:
- um mestrado executivo avançado em gestão, que é para pessoas com mais de 10 anos de experiência profissional;
- um mestrado executivo em liderança, que visa ajudar os executivos a fortalecerem as suas competências de liderança neste novo contexto de constante mudança.
Depois temos três mestrados especialistas:
- um mestrado executivo em marketing & estratégia, isto porque o marketing e a relação de consumo estão em movimentação;
- um mestrado executivo em inovação & empreendedorismo porque é, também, um pilar crítico de competências das empresas que estão todas numa jornada de inovação;
- e o último é um mestrado executivo em finanças & mercados financeiros, também com toda esta dinâmica dos ESG´s e todas estas movimentações de que a área financeira está a ser alvo.
A quem é que se dirigem?
Estes mestrados executivos são para todas as pessoas que estejam no mercado de trabalho há, pelo menos, cinco anos. A única exceção é para os candidatos do mestrado executivo avançado, que têm que estar no mercado de trabalho há pelo menos dez anos. Isto acontece porque o avançado, como o nome indica, significa que a pessoa já tem uma maturidade empresarial, já passou por diferentes experiências, e quer começar a consolidar uma visão mais sistémica. Isto porque, à medida que vai evoluindo na sua carreira de liderança organizacional, quanto mais sobe, mais a sua função é gerir outras pessoas e gerir stakeholders.
Acha possível os alunos fazerem uma boa articulação do dia-a-dia de trabalho com a carga de estudos?
Os quatro mestrados executivos para pessoas com mais de cinco anos no mercado de trabalho foram pensados
para que a pessoa continue a trabalhar e, por isso, eles são em regime pós-laboral. Eles acontecem três vezes por semana – às segundas, quartas e quintas – e são conciliáveis com o contexto de trabalho. Ainda assim, exige do profissional um esforço acrescido porque o aluno acaba por manter os seus desafios profissionais e, simultaneamente, está a aprender.
Nos primeiros seis meses o aluno fica com a agenda um bocadinho mais tumultuada, mas, depois, nos outros seis, não precisa de vir à Nova SBE porque é tudo feito remotamente. No entanto, é preciso existir uma disciplina de execução para que consiga entregar o seu work project a tempo.
Vão disponibilizar algum tipo de apoio para assegurar essa execução do projeto?
Nós vamos dar muito apoio a esta disciplina de execução, até porque a parte do desenvolvimento da tese e do work project é, normalmente, o maior desafio. Isto porque as pessoas ficam com a agenda mais livre, suspiram, e quando acordam já passaram os seis meses. Por isso, nós estamos preparados para ter uma agenda que os ajuda a manter uma rotina.
E o mestrado executivo avançado também funciona em regime pós-laboral?
Não. O mestrado executivo avançado, como é mais sénior e tem aqui também um peso de reflexão e de troca, acontece uma semana por mês em regime laboral durante os primeiros seis meses.
Qual o objetivo da Nova SBE na criação destes mestrados executivos?
Nós temos uma aposta de lifelong learning. Nós temos a parte toda das licenciaturas, os nossos alunos chegam em tenra idade aqui, hoje temos uma comunidade de alumnis basttante vasta e, por isso, nós acreditamos que as universidades têm de ser parceiras no desenvolvimento das pessoas porque o mercado está em mudança permanente.
Hoje fala-se muito de que as competências têm prazo de validade, por isso, ao fim de um tempo, é preciso reaprender determinadas áreas porque elas estão a evoluir. Por isso, os mestrados executivos vêm muito como uma oferta de valor a quem aposta na Nova SBE e numa estratégia de lifelong learning.
Em que medida estes mestrados executivos contribuem para o reskilling e upskilling dos alunos?
Fala-se muito do reskilling e do upskilling. O upskill tem muito a ver com competências que a pessoa já tem e, por isso, precisa de atualizar, mas isso consegue fazer até com programas de curta duração, isto porque, no fundo, são atualizações. Mas quando há necessidade de fazer um reskill, isso significa que é uma competência que a pessoa ainda não domina bem e tem que a aprender. E, neste caso, é uma competência na qual é preciso investir um pouco mais de tempo e para a qual um programa de três dias não ajuda. Neste caso aplicam-se programas mais fundamentados, como estes mestrados, que têm seis meses em que apostam em desenvolvimento mais concetual e, ao fim desses seis meses, colocam este conhecimento em prática através do work project.
E que outras vantagens estes mestrados executivos trazem para os profissionais?
As organizações estão muito mais ágeis no seu processo de transformação e, por isso, se a pessoa, individualmente, não aposta no seu processo de desenvolvimento, desatualiza-se. Portanto, uma das grandes vantagens, na perspetiva do aluno, é esta atualização de competências, mas é também a certificação porque certifica que o indivíduo adquiriu, de facto, conhecimento para aquela competência. E há aqui outra vantagem que é poder participar num ecossistema efervescente, com uma série de oportunidades, de eventos e de alunos com mais de 80 nacionalidades, que lhes dá acesso ao mundo, e onde tem, especificamente, no seu grupo de mestrado, uma rede de profissionais que estão com o desafio de desenvolver a mesma competência, o que pode ajudar no benchmarking .
E pela perspetiva das empresas?
As empresas estão com um desafio enorme, que é a retenção de talentos. Isto porque os talentos estão cada vez mais fortalecidos, cada vez aprendem mais, cada vez têm mais oportunidades no mercado global e, por isso, as empresas estão a utilizar o instrumento dos mestrados executivos como um instrumento de retenção. Desta forma, simultaneamente, ajudam os colaboradores no seu processo de desenvolvimento, até porque precisam que eles estejam mais fortalecidos com novas competências, mas também permitem este profissionais colocarem uma certificação nos seus currículos que as empresas reconhecem valor. E esta combinação, muitas vezes, contribuiu para um processo de retenção.
Porquê 5 mestrados executivos?
Nós analisamos temas muito importantes, que estão em grande transformação e nos quais as empresas precisam de apoio e, depois disso, desenvolvemos profissionais que tenham essa capacidade. Com isso, conseguimos mapear estas cinco dimensões, mas existem duas que ainda questionamos se faziam sentido colocar em mestrados executivos separados, que foram as dimensões da sustentabilidade e do digital. A sustentabilidade, porque está na missão da escola, e o digital porque, depois da pandemia, se alguém tinha dúvida do quão importante era, ficou sem nenhuma.
E por que não avançaram com esses mestrados executivos?
Porque chegamos à conclusão de que esses dois pilares são tão relevantes e críticos que estão transversalmente incluídos nestes cinco mestrados executivos, até porque não é possível fazer uma liderança que não seja uma liderança que lide com o contexto digital, com as equipas remotas e que, simultaneamente, não tenha uma visão sustentável, de well-being, de colaboração e de confiança. Por isso, chegamos à conclusão de que estes dois pilares deveriam estar incluídos em todos os mestrados executivos e, por isso, optamos por estes cinco, sabendo que estas dimensões, muito importante para nós, estão embutidas neles.
Qual é o fator de diferenciação dos vossos mestrados executivos face aos mestrados de outras entidades de ensino?
Um dos fatores de diferenciação destes mestrados executivos é o facto de os alunos poderem trabalhar com desafios estratégicos das nossas empresas parceiras. Os alunos dos mestrados executivos podem trazer os seus próprios desafios empresariais, mas também podem querer trabalhar o de outros e é para esses que estas empresas parceiras doaram desafios estratégicos que os alunos devem resolver. Então há esta aproximação ao mercado empresarial por via do desafio estratégico ou via mentores, já que temos uma série de executivos que doam horas de mentoria para os alunos dos mestrados executivos, o que faz com que cada aluno tenha um mentor reconhecido no mercado na sua área de atuaçãode o vai ajudar a traduzir todo este contexto .
E o que distingue a Nova SBE?
Um dos fatores que nos distingue é a nossa dimensão de sustentabilidade, uma vez que tudo o que fazemos se baseia em acreditar que é possível ter uma sustentabilidade financeira, social e económica. Outro fator é o facto de termos empresas residentes no ecossistema de inovação e termos o Haddad Entrepreneurship Hub, que é um hub de empreendedorismo onde os nossos alunos mobilizam startups e desenvolvem novos negócios. Temos, também, todo o corpo docente da Nova SBE, que circulou pelas melhores escolas do mundo, o que faz com que consiga trazer para a sala de aula todo este know-how acumulado.
Qual o valor por mestrado executivo? Há algum tipo de apoio ou incentivo previsto?
O valor para os mestrados executivos em liderança, em marketing & estratégia, em inovação & empreendedorismo, em corporate finance & mercados financeiros é de 14800 euros. No caso do mestrado executivo avançado em gestão, o valor já é de 16500 euros. Claro que estes valores podem ser pagos de forma parcelada e ainda existem algumas bolsas de mérito para algumas categorias. Para se candidatarem a estas bolsas, os candidatos têm de fazer o pedido de bolsa no momento da sua inscrição e depois, em função das caraterísticas e das condições de cada um, é definido se tem ou não tem direito a essa bolsa.
Se os candidatos quiserem obter mais informações, onde podem saber mais?
Podem saber mais aqui na Nova SBE Executive Education, mas também através do nosso site.
Quando termina o prazo das candidaturas?
As candidaturas estarão abertas até dia 15 de julho de 2022, até às 23h59, uma vez que os mestrados executivos terão início em meados de outubro de 2022.
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