Swiss Re com prejuízo trimestral por causa da pandemia e guerra na Ucrânia
Custos com sinistros de Covid-19 na conta do resseguro de Vida e Saúde e uma provisão que ultrapassa 280 milhões, a antecipar impacto da guerra iniciada pela Rússia, pesaram no trimestre.
A Swiss Re, companhia que compete com a Munich Re pela liderança do mercado global de resseguro, registou resultado líquido negativo de 248 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2022, consequência da continuação da pandemia, da elevada volatilidade no mercado financeiro (que pressionou a rendibilidade de investimentos para 0,7%) e, ainda, por reservas (provisão de 283 milhões) que já inscreveu nas contas para danos da guerra na Ucrânia.
O prejuízo apresentado compara com lucros de 333 milhões em idêntico período de 2021. No entanto, a companhia afirma que continuou a crescer em prémios adquiridos e receitas de comissões, aumentando-os em 4% (em variação anual), alcançando 10,6 mil milhões de dólares no trimestre reportado.
“O primeiro trimestre acabou por ser um desafio”. A invasão militar russa na Ucrânia “surgiu como um choque (…). Embora a situação permaneça altamente incerta, e mesmo não acreditando que tenhamos uma exposição de grande magnitude, decidimos adotar abordagem proactiva e cautelosa constituindo reservas para potenciais impactos da guerra,” justifica Christian Mumenthaler, Chief Executive Officer (CEO), citado no comunicado da resseguradora.
Segundo detalha o documento da companhia suíça, os números do primeiro trimestre (1ºT) refletem o peso de 501 milhões em despesa com sinistros Covid-19, que penalizaram o resultado da unidade L&H Re (resseguro de Vida e Saúde), a qual contabilizou resultado líquido negativo de 230 milhões.
O negócio P&C Re (resseguros de não Vida) encerrou o trimestre com resultado de 85 milhões dólares (a comparar com 481 milhões um ano antes). Neste segmento de negócio, a companhia absorveu 449 milhões de gastos relativos a catástrofes (316 milhões no 1ºT de 2021), um impacto explicado sobretudo pelos danos das tempestades na Europa e as cheias na Austrália. Quanto à evolução operacional, o volume de prémios em P&C (tratados de resseguro) cresceu 15% na campanha de renovações (em abril) e o rácio combinado ficou nos 99,3% (ou 96,9% em termos normalizados)
Por fim, a divisão de Corporate Solutions, onde contabilizou perdas líquidas de 81 milhões de dólares (sob efeito da volatilidade em investimentos financeiros, mas também das perdas “modestas” da exposição à Rússia). O rácio combinado no negócio de riscos empresariais ficou calculado em 95,2%.
Sobre a provisão relativa à guerra na Europa, 154 milhões são reserva para o negócio P&C Re e os restantes 129 milhões destinam-se a prevenir impacto do conflito na unidade de negócio Corporate Solutions Re.
Apesar desses “ventos contrários (…), continuamos focados em cumprir os nossos objetivos financeiros para este ano,” acrescentou ainda o CEO da Swiss Re. Em termos da posição de capital, a companhia situa o rácio de solvência (a 1 de abril) no intervalo 200-250%, medido pelo critério SST (Swiss Solvency Test) adotado pelo grupo.
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