Metro de Lisboa vai reduzir oferta para não sobrecarregar trabalhadores
O conselho de administração prometeu "apresentar uma proposta de um horário que venha reduzir a oferta e aliviar o peso que está sob os trabalhadores operacionais, mas é insuficiente", diz sindicato.
A administração do Metropolitano de Lisboa comprometeu-se a reduzir a oferta do serviço para não sobrecarregar mais o horário dos funcionários, adiantaram esta sexta-feira os sindicatos representativos dos trabalhadores à saída de uma reunião com o Governo.
Num dia em que se realizou mais uma greve parcial dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, os quatro sindicatos representativos estiveram reunidos com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e com o presidente do conselho de administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Santos.
À saída do encontro, em declarações aos jornalistas, Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), referiu que se tratou de “uma reunião de trabalho”, na qual “se tentou ver alguns compromissos por parte da tutela, mas para os quais ainda não há uma resposta definitiva”.
“Acabou por ser assumido que o Conselho de Administração vai tentar fazer um esforço, a partir de segunda-feira, para nos apresentar uma proposta de um horário que venha reduzir a oferta e aliviar o peso que está sob os trabalhadores operacionais, mas é insuficiente. Ficou de se ver também algumas respostas que ficaram pendentes e que seriam dadas durante a próxima semana”, apontou a sindicalista.
Anabela Carvalheira ressalvou que esta medida de redução da oferta será tomada pela empresa enquanto não existir um aumento do número de operacionais, situação que, para a sindicalista, é a origem dos “principais problemas que existem no Metropolitano de Lisboa”.
“Saímos confortáveis porque, pela primeira vez, o presidente do Conselho de Administração assumiu, em frente ao senhor ministro, que sem ovos não se fazem omeletes e que sem trabalhadores nós não podemos ter o metro a funcionar”, sublinhou.
Relativamente ao pré-aviso de greve entregue para o mês de junho ao trabalho suplementar e aos eventos especiais (estando em risco o prolongamento do horário habitual durante os Santos Populares), a sindicalista ressalvou que tudo dependerá da decisão dos trabalhadores. “O pré-aviso está entregue. Falaremos com os trabalhadores e decidiremos entre nós”, apontou.
Na noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, as linhas Verde e Azul do metro têm tido o horário prolongado devido às festas populares, que este ano voltam à rua depois de dois anos sem se realizarem devido à pandemia de covid-19. Da parte do Ministério do Ambiente não houve declarações aos jornalistas.
Estiveram nesta reunião a Fectrans, o STTM – Sindicato dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano de Lisboa, o SINDEM – Sindicato Independente de Todos os Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa e o STMetro – Sindicato dos Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa. Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa cumpriram esta sexta uma nova greve parcial, a 10.ª desde o início do ano, entre as 05:00 e as 09:00, contra a falta de condições de trabalho na área operacional.
Em declarações à agência Lusa hoje de manhã, Paulo Machado, da Fectrans, disse que a adesão à paralisação era de cerca de 100%. O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião), entre as 06:30 e as 01:00.
Em declarações à Lusa, aquando da anterior paralisação, em 18 de maio, Anabela Carvalheira explicou que o pré-aviso de greve entregue pelos sindicatos tinha a ver com as condições de trabalho, mas também com “a falta de efetivos e o clima [instalado na empresa] por parte da direção relativamente aos trabalhadores”.
Em causa, indicou anteriormente, está uma área da empresa que “representa os trabalhadores maquinistas e os trabalhadores chefia do posto de comando central”. Na prática, segundo a Fectrans, trata-se de uma “situação desregrada quer de horários, quer de falta de trabalhadores e más condições de trabalho”, a que se soma “a grande prepotência por parte da direção, que leva a que os trabalhadores estejam a atingir o limite de cansaço”.
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