“Faltam motoristas” para FlixBus acelerar crescimento em Portugal

Empresa alemã antecipa melhor verão de sempre apesar de os parceiros terem dificuldade em recrutar condutores. FlixBus vai passar o usar o terminal de Campanhã para viagens no Porto.

Faltam motoristas para a FlixBus acelerar o crescimento no mercado português dos autocarros expresso. A situação é assumida pelo diretor-geral da empresa alemã para os mercados de Portugal e Espanha na véspera do primeiro verão sem restrições sanitárias desde a chegada da Covid-19. A companhia defende a facilitação de processos para que possam ser recrutados condutores de fora de Portugal.

A situação é relatada pelas empresas de autocarros que trabalham para a FlixBus: “Tal como noutras empresas de transportes, faltam motoristas. É muito importante que as autoridades públicas ajudem os parceiros para acelerar os processos e para que tenhamos mais motoristas. Poderíamos crescer ainda mais se não enfrentássemos esta situação”, lamenta, em entrevista ao ECO, o líder da FlixBus para Portugal e Espanha, Pablo Pastega.

Com a pandemia e as restrições nos transportes de passageiros, centenas de condutores deixaram a profissão ou passaram para a cabine dos camiões. Sem possibilidade de contratar em Portugal – a formação de novos motoristas de pesados pode demorar vários anos – a empresa sugere que sejam recrutados motoristas já certificados de países como o Brasil.

Tal como noutras empresas de transportes, faltam motoristas. É muito importante que as autoridades públicas ajudem os parceiros para acelerar os processos e para que tenhamos mais motoristas. Poderíamos crescer ainda mais se não enfrentássemos esta situação

Pablo Pastega

Diretor-geral da Flixbus para Portugal e Espanha

“Portugal tem um acordo com o Brasil e isso tem de ser facilitado”, propõe o líder espanhol. Ao abrigo do Tratado de Porto Seguro, os cidadãos brasileiros que residam em Portugal podem solicitar o estatuto de igualdade junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e, assim, ficarem com os mesmos direitos como se estivessem no Brasil.

Além da falta de motoristas, os parceiros da FlixBus também têm de enfrentar a subida do preço do gasóleo. A empresa diz que está a tentar manter os preços para os passageiros “o mais ajustados possível” e tirar partido do regime de tarifas dinâmicas para maximizar a taxa de ocupação nos autocarros.

Dificuldades para Lisboa e mudança para Campanhã

A nível doméstico, a FlixBus conta com perto de 50 destinos – e cerca de 200 destinos internacionais via Portugal – mas continua a lidar com dificuldades nos terminais de passageiros.

Em Lisboa, a empresa apenas pode usar a Gare do Oriente para estacionar os autocarros. No local, “faltam vários serviços básicos: não há ecrãs para as pessoas saberem onde vão apanhar o autocarro; as casas de banho não estão próximas; a partir de certa hora não há segurança”, detalha Pablo Pastega. A companhia tem tentado dialogar com a dona do espaço, a Infraestruturas de Portugal, que alega que o local é detido por privados.

Na cidade do Porto, a FlixBus vai passar a usar o novo Terminal Intermodal de Campanhã. A partir de julho, os autocarros pintados a verde vão deixar de usar o terminal das Camélias. A mudança de local resultou do diálogo com a câmara do Porto.

Mesmo com as dificuldades atuais, a empresa reforça a ambição de liderar o serviço de autocarros expresso nos próximos anos: “Todos os investimentos que estamos a fazer em Portugal estão a correr melhor do que nós prevíamos”, destaca o gestor espanhol.

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