Agricultores lamentam preço do gasóleo e repudiam “inação” do Governo

  • Lusa
  • 8 Junho 2022

"Com o aumento de nove cêntimos no início desta semana, o gasóleo agrícola atingiu o valor de 1,6 euros por litro, quase o dobro do valor final de 2020", destacou o CNA.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) lamentou esta quarta-feira a nova subida no preço do gasóleo agrícola e repudiou a “inação” do Governo, pedindo a redução da dependência externa de cereais. “Mais uma segunda-feira, mais um brutal aumento do preço dos combustíveis. Com o aumento de nove cêntimos no início desta semana, o gasóleo agrícola atingiu o valor de 1,6 euros por litro, quase o dobro do valor final de 2020 (0,83 euros) e mais 46% do que no final de 2021. A agricultura não aguenta”, apontou, em comunicado, a CNA.

Os agricultores lamentam que o Governo se recuse a discutir a regulação dos preços dos combustíveis, “ficando-se pelo artifício das atualizações semanais do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP)”, enquanto as grandes petrolíferas “acumulam lucros sobre lucros”, ao mesmo tempo que os agricultores e os consumidores estão “cada vez mais esmagados” pela escalada energética.

Segundo a confederação, além dos aumentos nos combustíveis, os agricultores deparam-se com subidas nos fertilizantes, produtos fitofarmacêuticos, sementes e maquinaria. “A CNA denuncia e repudia uma vez mais a inação do Governo face a esta iniquidade, exigindo uma vez mais que, sem demoras, se avance para a regulação dos preços dos combustíveis”, lê-se no documento.

Por outro lado, sublinhou que, “a pretexto da guerra”, continuam a verificar-se subidas nos preços das matérias e produtos agrícolas, bem como incertezas face ao seu fornecimento.

A CNA reiterou que a questão dos cereais “põe a nu os riscos e as nefastas consequências” da dependência externa destes produtos, defendendo ser necessário “ir além dos anúncios” e estimular a produção nacional de cereais.

Neste sentido, defendeu o aumento da produção agrícola e reclamou “políticas que aumentem o número de explorações agrícolas, em particular as pequenas e médias explorações familiares, essenciais para a sustentabilidade económica, social e ambiental dos territórios rurais, e para a alimentação dos povos”, concluiu.

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