França. Empate entre partido de Macron e “geringonça” de esquerda, na 1ª volta

Abstenção no valor histórico de 52,8%, empate técnico entre partido de Macron e a geringonça de esquerda (NUPES) e Marine Le Pen em terceiro. Estes são os resultados da 1ª volta das legislativas.

Os primeiros resultados da primeira volta das legislativas francesas aponta para um empate técnico, em termos percentuais, de acordo com a France Télévisions, entre a coligação do partido de Macron e da esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon (NUPES), de 25,6%.

Melénchon uniu vários partidos da esquerda francesa fazendo uma coligação pré-eleitoral, numa tentativa de forçar o cenário de “coabitação” e impedir uma nova maioria absoluta do partido de Macron. Desenhou-se então a Nova União Popular Ecológica e Social (Nupes), liderada pelo França Insubmissa, de Mélenchon, e que inclui os ecologistas do EELV, o Partido Comunista e o Partido Socialista. “Este é o resultado de um acordo histórico, aquele que permitiu o nascimento da nova união ecológica e social popular”, disse, segundo o Le Figaro.

Marine Le Pen e a sua União Nacional terão conseguido 18,9% dos votos. A candidata já está pelo menos na segunda volta das legislativas no 11.º círculo eleitoral de Pas-de-Calais, podendo ainda ser eleita deputada este domingo, caso se confirmar as 55% de intenções de voto e se forem representativos dos 25% dos eleitores inscritos. “São uns resultados fantásticos”, segundo a France Press.

A abstenção registou um valor histórico de 52,8%, mais dez pontos percentuais face a 2017.

As projeções são relativas às mesas de voto que fecharam às 18:00, mas ainda terá de se esperar pelos resultados das grandes cidades, cujas urnas fecharam às 20:00 (19:00 de Lisboa).

De forma a vencer na primeira volta, o vencedor tem de reunir 50% dos votos que representem pelo menos 25% dos eleitores inscritos. Quando isto não acontece, passam à segunda volta, que se realiza no dia 19 de junho, todos os candidatos que tenham obtido votos equivalentes a mais de 12,5% dos inscritos ou os dois candidatos mais votados.

Assim, os resultados desta noite não vão definir a configuração da Assembleia Nacional nos próximos cinco anos, já que tudo se joga na segunda volta das eleições legislativas, marcadas para 19 de junho.

Jean-Luc Mélenchon, reclamou vitória, considerando que o partido presidencial foi “desfeito” e apelando à mobilização na segunda volta para construir um “futuro de harmonia”.

“No fim desta primeira volta, a Nupes está à frente: estará presente em mais de 500 círculos eleitorais na segunda volta”, declarou Jean-Luc Mélenchon, no espaço “La Fabrique Événementielle”, onde decorreu a noite eleitoral da Nupes, no norte de Paris, reagindo às primeiras projeções dos resultados eleitorais.

Primeira-ministra garante que maioria é possível e não cede a extremos

A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, disse este domingo que o partido de Emmanuel Macron pode ter uma maioria no dia 19 de junho e que é o único com um projeto coerente face aos extremos.

“Face às dificuldades que enfrentamos e à guerra, não podemos correr o risco de instabilidade, face aos extremos só nós temos um projeto coerente, claro e responsável. […] Face aos extremos não cederemos nada, nem de um lado nem do outro”, disse Elisabeth Borne numa mensagem ao país, na sede de campanha da coligação Ensemble!.

Em pé de igualdade com a esquerda nesta primeira volta, a maioria de Emmanuel Macron está em risco para os próximos cinco anos, especialmente contra a coligação Nova União Popular Ecologista e Social (Nupes) à esquerda, levando a primeira-ministra a pedir o voto dos franceses no próximo domingo.

“Daqui a uma semana, para além das etiquetas, são os nossos valores que estão em jogo: a liberdade, a igualdade, a fraternidade e a laicidade. Esta primeira volta mostra que este é um combate atual e que não podemos deixar de defender estes valores”, defendeu.

Zemmour e a sua extrema direita

O candidato da extrema-direita Eric Zemmour, que foi eliminado na primeira volta das eleições legislativas francesas, defendeu que os franceses têm de continuar a lutar contra o “esquerdismo” de Mélenchon e Macron.

“Em nome de todo o nosso movimento, quero dizer aos franceses que temos de continuar a lutar; lutar pelos nossos filhos, lutar contra o islamo-esquerdismo de Mélenchon e contra a esquerda tecnocrática e carreirista de Macron”, disse o candidato derrotado nas legislativas e que, por isso, não vai disputar a segunda volta.

“Mélenchon e Macron são apenas duas faces da mesma moeda, já que Macron quer desconstruir a identidade francesa, e Mélenchon quer destruí-la; Macron leva o seu tempo, Mélenchon está com pressa”, acrescentou o candidato que já tinha sido derrotado nas últimas presidenciais.

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