Privatização da angolana ENSA vai à Bolsa
A alienação de uma parte do capital da seguradora pública ENSA, que domina o setor em Angola, vai passar pelo mercado de capitais, após o pedido de propostas de compra diretas não ter resultado.
A privatização da ENSA, a seguradora pública responsável por mais de metade da produção do mercado angolano, vai passar pela bolsa de valores. O IGAPE, o Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado angolano, revelou hoje, quinta-feira, 23 de junho, que “um novo processo” de privatização da seguradora, definido após o anterior ‘concurso limitado por prévia qualificação’ não ter obtido os resultados pretendidos, passará pela alienação de um bloco de ações “preferencialmente por via de um procedimento em bolsa de valores, cujo processo permita abarcar parceiros da indústria, capazes de agregar valor e know-how à ENSA e pequenos subscritores, em particular os colaboradores”. Não se faz, contudo, referência ao montante do capital a alienar em mercado de capitais, embora o anterior concurso limitado, aberto desde 10 de junho de 2021 e dirigido a investidores nacionais e estrangeiros, contemplasse a venda de 51% do capital da empresa.
De acordo com o IGAPE “as alterações do contexto macroeconómico de Angola para um novo ciclo de crescimento animam as perspetivas futuras, associadas à abertura do mercado de ações na BODIVA (a bolsa de valores angolana). Existe a convicção de que estes fatores contribuirão sobremaneira para a valorização da ENSA e maximização dos resultados económicos e financeiros da privatização”.
O IGAPE assinala que o anterior processo de privatização da seguradora “atraiu o interesse de vários investidores de referência, quer angolanos, quer além-fronteiras, porém, o contexto económico e financeiro conturbado pelo impacto da pandemia de Covid-19 impediu o alcance dos objetivos pretendidos”, não refletindo as propostas recebidas “o valor real da ENSA, bem como o seu potencial futuro, como claramente resulta da evolução positiva dos seus resultados”.
A privatização de parte do capital da maior seguradora angolana enquadra-se no Programa de Privatizações (PROPRIV) definido pelo governo angolano. O novo processo de privatização da seguradora pretende “maximizar o seu valor e reforçar a sua estratégia de crescimento, enquanto empresa de referência para a dinamização do mercado de capitais angolano”, sublinha o comunicado.
No conjunto dos ramos Vida e Não Vida a ENSA mantém mais de metade da quota do mercado segurador angolano (50,63% no primeiro trimestre deste ano). Já no ramo Vida e no mesmo período ocupou a 5ª posição com uma quota de mercado de 5,39%. O ramo Não Vida foi responsável, nos primeiros três meses do ano, por mais de 90% das apólices comercializadas no mercado angolano. Os prémios brutos emitidos no primeiro trimestre atingiram um valor de 95,8 mil milhões de Kwanzas (213 milhões de euros ao câmbio corrente), valor que compara com os 71,2 mil milhões de Kwanzas (158 milhões de euros) registados em 2021.
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