Prémios de seguros de aviação podem crescer até 5%

  • ECO Seguros
  • 4 Julho 2022

As pessoas voltaram a viajar e as excelentes perspetivas que se abrem ao tráfego aéreo levam o Swiss Re Institute a projetar que os prémios emitidos possam crescer até 5%.

Os prémios emitidos de seguros de aviação e espacial podem crescer anualmente a uma taxa entre 4% e 5% em termos nominais (entre 0,7% e 1,7% em termos reais), assinala o último relatório do Swiss Re Institute, assinado por Arnaud Vanolli.

Esta estimativa é feita com base nas previsões do Swiss Re Institute para o crescimento económico mundial e no aumento esperado do tráfego de passageiros e do tamanho das frotas de aeronaves.

Após a paralisação das frotas devido à pandemia, as perspetivas para o seguro de aviação são promissoras. Os passageiros estão de volta e o número de passageiros global deve voltar aos níveis pré-pandemia até 2024.

Também a procura por carga aérea deverá aumentar a longo prazo. A frota de aeronaves global, quer a dedicada ao tráfego de passageiros como a afeta ao transporte de carga, deverá passar de 25 000 aviões em 2019 para perto de 50 000 em 2040, uma evolução que se traduzirá numa taxa de crescimento anual de cerca de 3,1%.

Mais aviões no céu traduz-se numa oportunidade de excelência para as seguradoras que operam seguros de aviação.

Ucrânia

O conflito na Ucrânia traz um fator de incerteza a este horizonte favorável, já que se encontram estacionadas na Rússia cerca de 500 aeronaves alugadas a companhias internacionais, mas não infletirá a rota de crescimento que a aviação deverá cumprir a longo termo.

A recuperação da Covid-19, “que infligiu um choque sem precedentes no setor da aviação”, é muito expressiva e o aumento a pique da receita global, avaliada na unidade de medida que combina passageiros e quilómetros percorridos, é bom exemplo disso, tendo, no primeiro trimestre de 2022, saltado, na comparação homóloga, para 88,8%, como revela o relatório.

O aumento do número de passageiros será impulsionado pelos “populosos” mercados emergentes, designadamente da Ásia, onde a classe média continua em expansão e cada vez mais indivíduos e empresas têm acesso a viagens aéreas e a bens globais. Este aumento do tráfico de passageiros deverá beneficiar a exposição dos seguros de aviação a longo prazo, sublinha o documento.

Carga aérea resistiu, mas peso é menor

A carga aérea resistiu melhor aos efeitos devastadores da pandemia, tendo inclusive aumentado o seu volume – os volumes transportados aumentaram 6,9% em 2021 face a 2019, todavia a sua participação na receita global continua a ser bastante menor do que a gerada pelo tráfego de passageiros. A carga aérea está-se mesmo a ressentir da desaceleração da atividade económica. Em todo o caso, o poderoso ritmo de crescimento do comércio eletrónico, em que o transporte aéreo reveste um papel crucial, desenha, no longo prazo, um cenário de crescimento favorável para o negócio do transporte de mercadorias por avião e aumentará a exposição dos seguros que lhe dão proteção.

Segurar aviões mais caros

Outra janela de negócio para as seguradoras é o fato das novas aeronaves ser mais seguras e ecológicas, ou seja, mais caras, o que aumenta o valor das importâncias seguradas. Há, no entanto, que ter em conta, alerta o relatório, que o aumento do valor das aeronaves aumenta, de igual modo, a gravidade dos sinistros. O que será compensado pela queda da sinistralidade, traduzindo uma tendência histórica consolidada e reduzindo a frequência de indemnizações.

O autor do documento diz acreditar, apesar da incerteza mais imediata, que “a indústria da aviação e as suas seguradoras podem encontrar soluções ótimas”, anunciando o mercado ótimas oportunidades. Entre essas oportunidades e mais adiante há que contar com o e-commerce e os voos verdes.

O instituto da Swiss Re produz e apoia trabalhos de investigação de risco na Swiss Re e em organizações parceiras.

O grupo Swiss Re, um dos líderes em seguro e resseguro a nível global, faturou 10,6 mil milhões de dólares no primeiro trimestre deste ano. Com sede na Suíça, desenvolve operações em 12 países da Europa, Médio Oriente e África, oito da região da Ásia/Pacífico e cinco das Américas.

 

 

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