Volume de prémios global pode atingir recorde este ano, superando 7 triliões

O volume total de prémios de seguro em termos nominais, deverá ultrapassar a marca de 7 triliões de dólares pela primeira vez este ano, estima o Swiss Re Institute no seu último relatório.

“Estimamos um forte crescimento nominal de 6,1% nos prémios totais (Não Vida e Vida) em 2022. Em termos reais, no entanto, tal traduz-se num crescimento quase estável (+0,4%). No entanto, em termos nominais, esperamos que o volume total de prémios ultrapasse a marca de 7 triliões de dólares pela primeira vez este ano. Baseamos a nossa estimativa na forte recuperação do mercado da desaceleração induzida pela pandemia, do reforço contínuo das taxas no ramo Não Vida e no crescimento mais forte dos prémios, em particular em mercados emergentes”, refere o documento.

Para os analistas, a subida da inflação e das taxas de juro não constitui propriamente um contratempo, já que a elevação das taxas de juro pelos bancos centrais, em detrimento do crescimento económico, contribuirá para evitar a estagflação “ao estilo da década de 70”. “Para as seguradoras, o aumento das taxas de juros é um aspeto positivo na atual crise inflacionista, com os retornos dos investimentos a melhorar”, acrescentam.

Para as seguradoras, o principal impacto inflacionista traduzir-se-á no aumento dos custos dos sinistros, mais nos seguros Não Vida do que nos seguros Vida, nos quais os benefícios das apólices são definidos no início. As linhas de negócios de automóveis e responsabilidade civil provavelmente serão afetadas de forma mais imediata. Acidentes e responsabilidades automóveis e gerais também serão afetados, com a inflação a alimentar reivindicações de lesões corporais”, adianta o documento.

No ramo Não Vida o aumento dos valores de exposição e o reforço das taxas deverão impulsionar o crescimento global dos prémios. O relatório estima um aumento de 1,1% nos prémios comerciais em 2022 e um ganho de 3,1% em 2023, suportado pela evolução tarifária.

Já no ramo Vida estima-se que os prémios globais sofram uma ligeira contração de 0,2% em termos reais este ano. Acontece que os prémios ligados a produtos de poupança, que representam mais de três quartos do ramo Vida, muito provavelmente ressentir-se-ão com as condições voláteis do mercado financeiro e a quebra do rendimento disponível. “O aumento da consciencialização sobre riscos continuará a apoiar a procura por produtos de proteção Vida”, indica o relatório.

Para o Swiss Re Institute “a economia global está a sofrer uma forte desaceleração e a inflação atingiu máximos de várias décadas: antecipamos o que chamamos de ‘recessões inflacionistas’ em muitas das principais economias nos próximos 12 a 18 meses”.

O Swiss Re Institute tira proveito do conhecimento de risco da Swiss Re para produzir investigações baseadas em dados recolhidos no universo da seguradora e junto de organizações parceiras.