Dona do Continente fecha primeiro semestre com lucros a subirem 89%

Grupo Sonae reporta resultado líquido de 118 milhões e vendas de 3.400 milhões até junho. Cláudia Azevedo destaca “oferta competitiva” nos preços para “mitigar pressão no rendimento" das famílias.

A Sonae registou 118 milhões de euros de lucro no primeiro semestre deste ano, o que representa uma subida de 89% em relação aos 62 milhões reportados no mesmo período de 2021, que tinha sido afetado pela pandemia. “Crescimento dos negócios e sucesso na gestão do portefólio” completam a explicação dada pelo grupo para esta melhoria dos resultados.

Nos primeiros seis meses do ano, as vendas ascenderam a 3.400 milhões de euros (+7,9%). Todas as empresas registaram crescimento, mas o destaque vai para o retalho alimentar, com a dona do Continente a faturar 2.700 milhões entre janeiro e junho. A rentabilidade operacional do grupo também evoluiu positivamente, com o EBITDA total a melhorar 10,6%, para 319 milhões de euros.

“Apesar da redução da confiança dos consumidores e da forte pressão sobre as estruturas de custos, o portefólio da Sonae continuou a demonstrar a sua adaptabilidade, resiliência e capacidade de responder às necessidades dos nossos clientes. Apresentámos resultados sólidos, com os nossos negócios a reforçarem novamente as suas posições de liderança de mercado”, frisou Cláudia Azevedo.

Num comunicado enviado à CMVM, a presidente executiva salientou ainda que, no atual contexto de inflação crescente, os negócios do grupo “têm reforçado o compromisso com os clientes, implementando ofertas competitivas diferenciadas para os apoiar e mitigar a pressão no rendimento disponível das famílias”. E assegurou que o grupo sediado na Maia está “bem posicionado para navegar o próximo ciclo macroeconómico”.

A volatilidade e a incerteza atuais conduzem a uma necessidade de agir com maior sentido de colaboração, velocidade e ambição.

Cláudia Azevedo

CEO da Sonae

Ainda assim, perante os atuais desafios económicos, sociais e ambientais, a gestora advertiu que esta “volatilidade e incerteza conduzem a uma necessidade de agir com maior sentido de colaboração, velocidade e ambição”. “Esta tem de ser e será, sem qualquer dúvida, a nossa forma de estar. No final do dia, a nossa cultura e o nosso propósito serão certamente os fatores-chave do nosso sucesso”, acrescentou.

Nos últimos 12 meses, a Sonae investiu 563 milhões de euros e a dívida líquida consolidada diminuiu quase 400 milhões, situando-se nos 1.103 milhões no final do primeiro semestre. Fala numa estrutura de capital “robusta” e indica que está “totalmente financiado até ao início de 2024”. Detinha 1.020 milhões de liquidez disponível (caixa e linhas de crédito), “mantendo um baixo custo de financiamento (menos de 1%) e um perfil de maturidade da dívida superior a quatro anos”.

Mais descontos no supermercado

A análise operacional e financeira por negócio, disponibilizada pelo grupo, frisa que no retalho alimentar, em que as vendas subiram 7,6%, o disparo da inflação e o enfraquecimento do poder de compra “fez com que as famílias realocassem os seus orçamentos”. E a dona do Continente diz ter respondido a isso dando “prioridade a ofertas competitivas diferenciadas e reforçando as soluções de poupança, o que contribuiu para o seu desempenho sólido”.

“Em termos de rentabilidade, a evolução positiva do volume de negócios da MC, no primeiro semestre de 2022, contribuiu para compensar a pressão na sua base de custos, nomeadamente no que diz respeito ao aumento dos custos da energia e combustíveis, conduzindo a um crescimento do EBITDA subjacente, para 242 milhões de euros, com uma margem de 9%”, lê-se no documento divulgado esta quinta-feira.

Cláudia Azevedo, CEO da Sonae

No retalho de eletrónica, foi o segundo trimestre com vendas a progredir 5,9% que ajudou a fechar o semestre em terreno positivo (0,6%). É que os primeiros três meses do ano passado, com que compara e em que o país estava em confinamento, tinham ficado marcados pela enorme procura por produtos informáticos e menos produtos de aquecimento vendidos pelo facto de o inverno não ter sido tão rigoroso. O canal online representa agora 15,6% do negócio total da Worten.

Por outro lado, o negócio da moda, em que explora as marcas MO, Salsa, Zippy e Losan, conseguiu recuperar para os níveis pré-pandemia, fechando o semestre com vendas de 174 milhões de euros. Também o segmento desportivo, a ISRG (IberianSportsRetailGroup), joint-venture da Sonae com a JDSports que detém a marca SportZone, superou a performance anterior à era Covid, “tanto em termos orgânicos como nos negócios adquiridos recentemente”.

Nos restantes setores, destaque para a subida de 9,4% no volume de negócios da Nos, atingindo 742 milhões de euros no semestre; para o facto de o Universo (serviços financeiros) ter ultrapassado um milhão de clientes e aumentado a produção em 17%; e para o lucro de 28 milhões de euros apresentado pela Sierra (imobiliário), que valorizou os ativos em 5,7%, para 978 milhões. A Bright Pixel realizou dois novos investimentos nos segmentos de tecnologia de retalho e infraestruturas digitais, além de reforçar em rondas de financiamento a participação em empresas do portefólio, como a Sales Layer e a Portainer.io.

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