Seguradoras preveem pagar 8 milhões por fogos de julho
A maioria das perdas comunicadas diz respeito a seguros multirriscos comerciais, industriais e residenciais. A APS recolheu informação e concluiu que as indemnizações devem atingir 8 milhões de euros.
Um inquérito revelado pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS), indica que as companhias estimam pagar indemnizações de oito milhões de euros relativas aos incêndios ocorridos em julho.
As conclusões do inquérito aos associados, divulgadas esta terça-feira em comunicado da APS, indicam ainda que Leiria foi o distrito com mais sinistros participados, mas os que envolvem maiores prejuízos foram participados nos distritos de Faro e de Aveiro.
“A situação que o país atravessou recentemente, e a frequência cada vez maior dos eventos climáticos que estão na sua origem, reforçam a importância do seguro enquanto elemento de mitigação das perdas sofridas e fator de estabilidade da vida das pessoas e das empresas”, afirma o presidente da APS, José Galamba de Oliveira, no comunicado.
Segundo o Swiss Re Institute, as catástrofes naturais estão a causar um aumento das perdas económicas e seguradas. Uma série de ocorrências consideradas secundárias começaram a ter impacto nas perdas totais seguradas que atingiram, em 2021, 110 mil milhões de euros.
A quase totalidade dos prejuízos, agora reportados pela APS, diz respeito a seguros de multirrisco, tanto de comércio e indústria (49%) como de habitação (37%).
A Fidelidade e Tranquilidade disputam a liderança no segmento multirriscos comerciais, com prémios de 146 milhões de euros em 2021, estando 16 seguradoras a operar neste ramo. Multirriscos habitação tem registado crescimentos constantes com a Fidelidade, Allianz e Ocidental na liderança.
O ano de 2022, segundo dados até 31 de julho do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), foi o quinto mais elevado em número de incêndios e o terceiro mais elevado em área ardida desde 2012.
O mês de julho foi, este ano, o que apresentou maior número de incêndios rurais, 40% do total, sendo com 46.996 hectares o mês de maior área ardida, representando 81% do total nacional.
Os cinco maiores incêndios deste ano ocorreram todos no mês de julho, sendo o que consumiu mais área foi o que deflagrou no concelho de Murça, Vila Real, em 17 de julho (7.058 hectares). Segue-se o incêndio de Pombal, Leiria, com 5.126 hectares de área ardida (em 8 de julho).
O terceiro maior incêndio aconteceu em Chaves em 15 de julho, com 3.368 hectares ardidos, seguido pelo de Carrazeda de Ansiães, Bragança, em 7 de julho, com 3.330 hectares ardidos, e o de Ourém, também em 7 de julho, que consumiu 2.936 hectares.
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