Ainda só foram administradas 143 doses da vacina contra Monkeypox

Apenas 5% das vacinas contra o vírus Monkeypox que Portugal recebeu há cerca de um mês foram administradas.

A vacinação contra o vírus Monkeypox, também conhecido por varíola dos macacos, está a avançar lentamente pela Europa. Em Portugal, apenas foram administradas 143 doses, adiantou a Direção-Geral da Saúde (DGS) ao ECO, sendo que o país recebeu 2.700 doses da vacina já em julho. A DGS diz estar “atenta” à situação.

Foi no início de julho que Portugal recebeu as primeiras doses da vacina contra a Monkeypox, adquiridas pela Comissão Europeia para serem distribuídas entre os Estados-membros mais afetadas pelo surto. Agora, cerca de um mês depois, foram “já administradas 143 doses”, segundo adianta fonte oficial da DGS ao ECO.

Desta forma, apenas 5% das vacinas foram administradas. A DGS recorda que “são elegíveis para a vacina os contactos próximos de casos confirmados”. “Idealmente, a vacinação deve ser realizada nos primeiros quatro dias após o último contacto próximo com um caso, podendo esse período ir até 14 dias se a pessoa se mantiver sem sintomas”, indicava a autoridade de saúde, aquando a publicitação da norma da vacinação.

Segundo o último boletim semanal da DGS, até 3 de agosto de 2022 foram reportados 616 casos de Monkeypox no SINAVEmed. Destes, a maior parte pertence ao grupo etário entre os 30 e 39 anos (262; 43%) e a maioria dos casos são do sexo masculino (534; 99,6%).

A DGS “encontra-se atenta à situação epidemiológica, quer nível nacional quer internacional, acompanhando e adaptando, quando necessário, a implementação de medidas de saúde pública, nomeadamente no que diz respeito à vacinação”, sinalizou fonte oficial ao ECO.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou o Monkeypox como surto de emergência de saúde pública internacional, e no início deste mês os EUA declararam emergência sanitária nacional pelo surto deste vírus.

No bloco comunitário, a Comissão Europeia já pediu uma “ação reforçada, concertada e coordenada” na União Europeia (UE), o “epicentro dos casos detetados” de Monkeypox, para controlar o surto, agora classificado como emergência de saúde pública de preocupação internacional.

Já foram reportados mais de 16.500 casos de varíola dos macacos na Europa, sendo que a preocupação de algumas comunidades está mesmo a levar algumas pessoas a atravessar fronteiras à procura de vacinas, segundo reporta o Politico (acesso livre, conteúdo em inglês). O surto resultou em desacordo sobre como fornecer mensagens precisas, mas não estigmatizantes, enquanto quantidades limitadas de vacinas e critérios de elegibilidade rigorosos deixaram algumas pessoas a reivindicar acesso ao fármaco.

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