Atas do BCE refletem grande preocupação com inflação
Um dos argumentos a favor do aumento das taxas de juros no BCE foi a grande depreciação do euro em relação ao dólar.
As atas da última reunião do Conselho de Governadores do BCE, em que foi anunciada um aumento das taxas de juro, revelam uma grande preocupação com a inflação, o que levou a uma aprovação da decisão por ampla maioria.
Segundo as atas, as vozes céticas que consideraram que um aumento nas taxas de juros poderia provocar uma recessão representaram uma minoria.
Numa análise anterior verificou-se entre os investidores, dadas as preocupações gerais com a inflação e até mesmo com uma possível “estagflação”, a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) iria entrar num processo de normalização de política monetária.
O aumento das taxas de juros foi considerado um sinal claro de que o BCE estava pronto para cumprir o mandato de trabalhar para reduzir a inflação ligeiramente abaixo de 2%.
Outro argumento a favor do aumento das taxas de juros foi que grande parte da depreciação do euro em relação ao dólar se deve a uma divergência nas políticas monetárias dos dois respetivos bancos centrais.
As atas também apontam para a continuidade da normalização da política monetária. “A trajetória futura da política irá depender dos dados e será guiada pela meta de inflação de médio prazo do Conselho do BCE de 2%”, diz a ata.
“No contexto da normalização da política, o Conselho do BCE deve avaliar opções para lidar com o excesso de liquidez numa das suas próximas reuniões”, acrescenta.
Os riscos para a inflação, segundo a ata, são atualmente maiores do que os riscos para o crescimento. “Em geral, a pressão inflacionista espalhou-se e tornou-se mais forte”, assinalam. Em junho, a inflação na zona do euro atingiu 8,9%.
Em julho, o BCE anunciou o primeiro aumento das taxas de juro desde julho de 2011 e o mais intenso desde 2000, permitindo à zona euro sair das taxas de juro negativas.
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