Portway diz que greve cancelou 196 voos em três dias e deixou empresa “mais fragilizada”

A Portway afirma em comunicado que a greve de três dias convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) levou ao cancelamento de 196 voos e teve uma adesão de 14%. Para o dia de hoje, a empresa de “handling” do grupo ANA contabiliza 69 cancelamentos. Números contrastam com os da estrutura sindical.

“No terceiro dia da greve do SINTAC, os voos cancelados no aeroporto de Lisboa vão chegar aos 33, enquanto no aeroporto do Porto os cancelamentos são 36“, afirma a Portway. “Durante os três dias de greve, a adesão foi de 14% e as companhias aéreas cancelaram 196 voos. A greve teve impacto nos aeroportos de Lisboa e Porto”, diz também num balanço do impacto da paralisação.

Os números do sindicato em relação a hoje são diferentes. Em declarações à Lusa no terceiro e último dia da paralisação de três dias dos trabalhadores da Portway, Pedro Figueiredo, dirigente do SINTAC, referiu que a adesão à greve se manteve hoje em cerca de 90% nos aeroportos de Lisboa e do Porto. A expectativa era que este domingo fossem cancelados 82 voos de e para Lisboa ao longo do dia de hoje, enquanto no Porto se registaram 12 cancelamentos até às 11h30.

Pedro Figueiredo explicou que os dados de adesão reportados pelo sindicato têm em conta os trabalhadores “elegíveis”, ou seja, descontando “o mais de um terço” que ficou abrangido pelo despacho ministerial que definiu os serviços mínimos e aqueles que trabalham para a empresa através de empresas de trabalho temporário (cerca de metade). A Portway usa no cálculo todo o universo de trabalhadores.

“No final, ficam os enormes prejuízos para passageiros, companhias aéreas e para a Portway, que sai desta situação com uma posição comercial e económica mais fragilizada“, afirma a empresa do grupo ANA em comunicado. “Se para alguns, os cancelamentos de voos e constrangimentos são uma vitória, para a Portway é de lamentar todos os incómodos e prejuízos que esta greve sem sentido causou.”

Já Pedro Figueiredo considerou em declarações à Lusa que a “greve foi um sucesso”, mas ressalvou que “os problemas laborais continuam”. Neste contexto, afirmou que “o futuro deverá passar por novas formas de luta”. “Vamos ver quais, se greves, se outras”, precisou acrescentando porém a disponibilidade do SINTAC para negociar.

(notícia atualizada às 17h00)