BRANDS' TRABALHO Formar hoje, para reter amanhã
O desenvolvimento pessoal como elemento imprescindível na atração e retenção de talento.
Estamos perante uma mudança radical na força de trabalho atual — as pessoas estão a exigir mais dos seus empregadores, mas também em relação à forma como planeiam o seu percurso de carreira. As razões pelas quais decidimos pertencer a uma certa organização estão a mudar e, por isso, a gestão de talento é hoje um dos temas mais desafiantes para as equipas de Recursos Humanos. O trabalho poderá ser remoto, híbrido ou assumir uma forma que nunca imaginámos, mas, tenhamos consciência que o sucesso está diretamente relacionado com as estratégias que as organizações conseguem implementar hoje para atrair, reter, envolver e desenvolver os seus colaboradores amanhã. Neste sentido, como podemos enfrentar estes desafios? E qual é o papel das lideranças neste contexto?
Atualmente, fala-se muito em flexibilidade, autonomia, benefícios flexíveis como forma de atração e retenção de talento. No entanto, aqui quero debruçar-me sobre um elemento fundamental: a formação. Segundo o estudo “O atual estado da Gestão de Talento”, desenvolvido pela GoodHabitz, 68% dos trabalhadores em Portugal acredita que a falta de oportunidades de desenvolvimento pessoal é uma razão válida para procurarem um novo empregador que lhes ofereça essas oportunidades. Inclusive, 74% dos profissionais em Portugal afirma que a aprendizagem contínua é fundamental para a sua satisfação profissional. Este dado mostra como o desenvolvimento pessoal se tornou um elemento imprescindível na atração e retenção de talento e reforça a importância de implementar os programas de formação que mais se ajustam e respondem às necessidades da população de cada organização e ao seu ecossistema.
Se os colaboradores sentem que não lhes são oferecidas oportunidades suficientes e ajustadas para desenvolverem o seu potencial, a sua permanência começa a ficar condicionada no tempo. Neste âmbito, os líderes têm um papel fundamental a desempenhar para dar resposta às necessidades das equipas. Auscultar as equipas e as pessoas individualmente, ativa o mecanismo de “voz ativa” no processo de desenvolvimento e consequente responsabilização no desenvolvimento e aquisição de competências. Colocá-los ao volante do seu próprio desenvolvimento, com maior ou menor orientação corporativa dependendo da maturidade do processo em cada organização, com uma oferta de diversos cursos de formação, formatos de aprendizagem e temas de interesse adaptados a cada um, pode ser uma boa solução para este desafio.
Por outro lado, de acordo com o estudo sobre a liderança híbrida em Portugal e na Europa, também da GoodHabitz, cerca de 26% dos colaboradores no país sente que os seus gestores não possuem as competências necessárias para conduzir as equipas a um futuro de sucesso. Sobretudo, tendo em conta o teletrabalho, as equipas sentem que há espaço para a chefia melhorar nas competências de comunicação (30%), liderança empática (26%), criação de espírito de equipa (23%) e liderança inspiradora (23%). Neste sentido, as exigências do trabalho híbrido vieram também reforçar a necessidade de os líderes se adaptarem, bem como comunicarem mais abertamente para desenvolver relações de confiança, construírem inclusão e o sentimento de pertença dentro das suas equipas e serem mais orientados por um propósito. Perante esta necessidade, o mesmo estudo mostra até como os próprios profissionais têm vontade de desenvolver as suas competências de liderança (33%).
Portanto, para que os colaboradores se sintam atraídos e com vontade de pertencer a uma organização há diferentes estratégias a implementar, mas uma coisa é certa: é essencial que as chefias assumam também um papel dinâmico na gestão de talento e ouçam as necessidades das suas equipas. Os colaboradores estão mais do que dispostos a investir no seu desenvolvimento pessoal e nas competências necessárias para terem também sucesso, algo que irá não só levar ao crescimento da sua organização, mas também permitir estar mais bem preparada para o futuro. Só assim será possível utilizar a formação como trunfo na atração e retenção do talento.
Texto por Cláudia Cerqueira, Coach na GoodHabitz
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