FMI quer mais cooperação gobal… na era Trump
O encontro do G20 foi marcado pelas posições de princípio de Donald Trump a favor do protecionismo. A diretora-geral do FMI pediu, por isso, mais cooperação global para promover crescimento.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, realçou no final do encontro de ministros das Finanças do G20, na Alemanha, que é necessário promover a cooperação global para garantir a manutenção do ritmo de crescimento económico atual. Uma mensagem direta para Donald Trump, o presidente dos EUA.
“O nosso encontro mostrou mais uma vez que o G20 desempenha uma plataforma crucial para que as maiores economias trabalhem em conjunto dentro de uma rede de trabalho estabelecida. Reunimo-nos numa altura em que o crescimento está a ganhar ‘momentum’ em todo o mundo e existem sinais de que a economia mundial atingiu um ponto de viragem, apesar da manutenção das incertezas”, realçou em comunicado a responsável.
“Políticas monetárias, orçamentais e estruturais fortes são mais importantes do que nunca devido ao que vem a seguir. A cooperação global e a escolha de políticas certas podem ajudar a alcançar um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo, enquanto as erradas podem colocar um ponto final no atual ritmo de crescimento”, acrescentou Lagarde.
Já Pierre Moscovici, comissário europeu dos Assuntos Económicos, nas declarações feitas aos jornalistas no final do encontro do G20, destacou que a reunião foi “complicada”, mas “não uma marcha atrás”.
E realçou: “Esta não foi a melhor reunião que tivemos, mas temos evitado qualquer retrocesso e ainda há margem para uma melhoria da cooperação”.
A declaração final da reunião de ministros das Finanças do G20, divulgada este sábado, exclui a tradicional condenação ao protecionismo económico e o apoio ao Acordo de Paris sobre o clima, refletindo a relutância do Governo norte-americano sobre os dois assuntos.
“Estamos a trabalhar para fortalecer a contribuição do comércio para as nossas economias”, realça a declaração negociada entre os participantes, que estão reunidos desde sexta-feira em Baden-Baden, cidade no oeste da Alemanha.
Já era esperado que a política comercial do Presidente dos EUA e a tensão nas relações internacionais devido à situação em países como a Turquia e a Rússia deveriam interferir na agenda da presidência alemã do G20.
Ao grupo do G20 pertencem Estados Unidos, China, Índia, UE, Indonésia, Brasil, Rússia, México, Japão, Alemanha, Turquia, França, Reino Unido, Itália, África do Sul, Coreia do Sul, Argentina, Canadá, Arábia Saudita e Austrália. A Espanha assiste à reunião como convidada.
Os países do grupo representam cerca de 84% da população mundial e aproximadamente 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global.
Na reunião de Baden-Baden participam ainda representantes de várias instituições internacionais como o Banco Mundial e o FMI.
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