Consolidar será marco na retoma, mas não pode sofrer mais atrasos, diz APCRI
A Associação Portuguesa de Capital de Risco considerou que o programa ‘Consolidar’ será “um marco histórico” na recuperação das empresas afetadas pela pandemia e crise inflacionária.
A Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI) considerou esta sexta-feira que o Programa Consolidar será “um marco histórico” na recuperação das empresas afetadas pela pandemia e crise inflacionária, mas alerta que “não pode sofrer mais atrasos”.
“O processo de aplicação do capital do Programa Consolidar não pode sofrer mais atrasos, para recuperar o período entre o fecho das candidaturas ao programa em fevereiro e o anúncio dos resultados”, afirma o presidente da APCRI, citado num comunicado.
Segundo salienta Luís Santos Carvalho, “há muitos meses que o capital privado espera este anúncio e, para além disso, as verbas do PRR têm um prazo relativamente curto para serem aplicadas”.
“As sociedades gestoras vão fazer chegar o seu capital o mais depressa possível ao tecido empresarial, sendo que o facto de o capital privado estar alinhado com o público é um garante de que existirá sempre uma análise cuidada das empresas onde se irá investir”, refere o dirigente associativo.
Salientando que “neste programa não há dívida, nem garantias, é tudo capital firme para investir em empresas”, o presidente da APCRI nota que os resultados do programa anunciados na quinta-feira pelo Banco Português de Fomento (BPF) representarão “a entrada de pelo menos 752 milhões de capital nas PME [pequenas e médias empresas] nacionais para o relançamento dos negócios”.
Segundo os dados avançados na quinta-feira pelo Banco de Fomento, as 14 sociedades gestoras escolhidas para o Consolidar ultrapassaram largamente o mínimo de 30% de capital privado exigido pelas regras do concurso para aplicar ao lado das verbas do PRR, avançando desde logo com um total de 252 milhões de euros de capitais próprios.
O montante global de 752 milhões de euros será diretamente investido como capital, e não como dívida, pelos fundos de capital de risco em projetos de expansão e/ou consolidação das empresas, bem como no desenvolvimento de novas áreas de negócios e de novos produtos.
Segundo o presidente da APCRI, as sociedades de capital de risco que mobilizaram investimento privado para este programa do BPF “estão preparadas para, agora, aplicarem o seu método de sucesso na melhoria e na restruturação dos modelos de negócios das empresas com potencial em que vão investir”.
“Com o capital das nossas sociedades, dos nossos investidores e com o capital do PRR, os fundos de capital de risco irão investir em empresas, dotando-as de solidez financeira, profissionalizando as equipas de gestão e fomentando a produtividade e a eficiência com um foco na exportação e na inovação”, afirma Luís Santos Carvalho.
“As empresas que vão ser participadas irão produzir produtos e prestarão serviços mais competitivos, irão gerar mais emprego, mais resultados e maior pagamento de impostos”, enfatiza, assegurando: “Este dinheiro europeu vai regressar à esfera pública”.
Conforme explica, as empresas a apoiar “precisam de capital firme privado para preservar a sua viabilidade e emprego” e, “também, da experiência de gestão do capital de risco para crescerem e para melhorarem a sua eficiência operacional”.
Essa eficácia irá depois “beneficiar os investidores privados, mas igualmente o Estado, pois este também participará dessa mesma rentabilidade para além do valor gerado pela criação de emprego qualificado e das contribuições e impostos adicionais”: “Na verdade, é natural que este alinhamento de interesses público e privado faça regressar às finanças públicas o dinheiro europeu que está a ser aplicado no programa ‘Consolidar’”, remata.
O capital do programa Consolidar destina-se a apoiar a subscrição de fundos de capital de risco para investimento em PME e ‘mid caps’ (empresas de média capitalização) impactadas pela pandemia de covid-19, mas economicamente viáveis e com potencial de recuperação.
O Consolidar constitui as primeiras verbas europeias do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que o Banco de Fomento vai aplicar na capitalização de empresas, já que os programas anteriores foram constituídos essencialmente por garantias e por empréstimos em condições favoráveis.
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