Wall Street regista maior ciclo de perdas trimestrais desde crise de 2008

Ações americanas estão a ter um ano de 2022 para esquecer, caindo pelo terceiro trimestre seguido, o maior ciclo de perdas trimestrais desde a crise de 2008.

O ano de 2022 está a ser problemático para as bolsas e Wall Street, o coração mundial dos mercados financeiros, não escapa à pressão dos investidores. O índice S&P 500 fechou o terceiro trimestre a cair, naquele que é o maior ciclo de perdas trimestrais desde a crise financeira de 2008.

A última semana pode ser o espelho do que se tem passado ao longo do ano: o plano fiscal do Governo britânico para animar a economia não caiu bem entre os investidores, assistindo-se a um verdadeiro sell-off que castigou não só a bolsa de Londres e a libra, como teve repercussões também do outro lado do Atlântico.

O índice de referência S&P 500 acabou por acumular uma perda semanal de quase 3%. Foi também altura de os investidores fazerem contas ao fecho do mês de setembro e do terceiro trimestre, também nada positivas: registou uma queda mensal de mais de 9%, o pior mês desde a pandemia; e uma queda trimestral de mais de 5%.

S&P cai há três trimestres

Fonte: Reuters

Foi o terceiro trimestre a fechar no vermelho, o que corresponde ao maior ciclo de quedas trimestrais desde o início de 2009: entre o último trimestre de 2007 e o primeiro trimestre de 2009, acumulou seis trimestres a cair, refletindo o pessimismo com a crise do subprime que se espalhou para todo o mundo.

Desde o início do ano que as bolsas não têm conhecido grandes motivos para sorrir, com a invasão russa na Ucrânia a ser um dos fatores mais desestabilizadores e a criar enorme incerteza quanto ao rumo da economia mundial.

A escalada da inflação para níveis de várias décadas e a subida agressiva das taxas de juro pelos bancos centrais em todo o mundo, incluindo a Reserva Federal dos EUA e o Banco Central Europeu, para controlar a inflação criaram pressão adicional nos mercados, que já antecipam uma forte travagem económica, com impacto no lucro e dividendos das empresas.

“Acho que o mercado está a perceber que a economia está potencialmente a desacelerar rapidamente, mas que a Fed pode não fazer nada para impedir isso. Com a volatilidade das gilts e a liquidez em todos os mercados dos EUA a deteriorar-se, mais investidores estão a ficar nervosos com o potencial de uma rápida e grande retração nos preços das ações e títulos”, Peter Tchir, da Academy Securities, citado pelo Financial Times.

Em Lisboa, o PSI fechou o terceiro trimestre com uma queda de mais de 12%, interrompendo um ciclo sete trimestres positivos. Ainda assim, desde o início do ano, o índice de referência português já perde quase 5% em 2022.

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