Líder do PSD acusa Governo de “desnorte” e “desleixo” na privatização da TAP
Em 2016 houve "um crime político e um crime financeiro” na TAP, diz Montenegro, lembrando que há sete anos o mesmo Governo, que agora quer vender a empresa, nacionalizou-a.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou esta quinta-feira o Governo de “desnorte, desleixo e irresponsabilidade” em relação ao processo de privatização da TAP, atuação que “não pode passar em claro”.
“Este Governo, há sete anos, escolheu nacionalizar parte do capital da TAP. Escolheu sem estar obrigado a isso por nenhum compromisso anterior” e “escolheu remeter para o Estado o risco da operação que a TAP envolve enquanto operadora de transporte aéreo”, lembrou o líder social-democrata, em Estremoz (Évora).
Mas, “agora, sete anos depois, o primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas, como se nada se tivesse passado, anunciam a pretensão de privatizar a empresa”, disse Montenegro.
“De facto, isto é de um desnorte, de um desleixo, de uma irresponsabilidade que não pode passar em claro. As escolhas têm consequências e eu quero que os portugueses estejam atentos às consequências das escolhas voluntárias, assumidas, convictas do Governo do Partido Socialista”, criticou.
À margem de uma visita a uma quinta produtora de vinhos, no concelho de Estremoz, no âmbito do programa “Sentir Portugal” que está a realizar esta semana no distrito de Évora, o líder ‘laranja’ abordou em declarações aos jornalistas a TAP e o respetivo processo de privatização, lembrando que estes assuntos estiveram hoje em discussão no parlamento, num debate de urgência pedido pelo PSD.
Segundo Luís Montenegro, em resultado da escolha feita pelo executivo socialista, de nacionalizar parte do capital da transportadora aérea nacional, “os contribuintes portugueses já puseram na TAP mais de três mil milhões de euros”. “E, porventura, se contabilizarmos estes sete anos, até mais do que isso. E não sabemos o que é que virá ainda a seguir”, deixou em aberto.
O Governo fez “um primeiro processo de nacionalização parcial do capital”, depois fez “um segundo processo de nacionalização total do capital da TAP para, ao fim e ao cabo, oferecerem agora ao mercado a possibilidade de adquirir a empresa”.
Questionado pela agência Lusa, Luís Montenegro reiterou que “aquilo que o Governo fez em 2016, revertendo o processo de privatização da maioria do capital [da TAP] que tinha sido iniciado pelo Governo anterior, foi um crime político e um crime financeiro”.
O líder do PSD foi ainda questionado pela Lusa sobre o aumento de capital que o Estado vai propor à assembleia-geral da TAP – marcada para 11 de novembro -, seguido de uma redução em igual valor, e injeção de 10 milhões de euros, numa operação que não será acompanhada pelos outros acionistas, segundo uma convocatória.
“A TAP, com os socialistas, é um poço sem fundo e, portanto, por isso é que os socialistas, eles próprios já perceberam isso, agora já falam em privatização. Agora, estas coisas não podem ser incólumes”, criticou.
Para Montenegro, “não se pode brincar com milhares de milhões de euros, dos impostos dos portugueses, das empresas e das famílias portuguesas, e fazer de conta que nada se passa”, argumentou.
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