Pedro Nuno Santos quer TAP em grande grupo para “salvar a empresa”

Ministro das Infraestruturas e da Habitação defende que "não há exemplos de companhias aéreas que sobrevivam sozinhas". Direita teme privatização com perdas e esquerda defende companhia no Estado.

Pedro Nuno Santos voltou a defender que a TAP deve ser integrada num grupo de aviação. Para o ministro das Infraestruturas e da Habitação, esta é a única forma de a companhia se manter em atividade e de beneficiar a economia portuguesa. A oposição tem outras ideias: à direita, defende-se a privatização sem perdas para o Estado; à esquerda, a companhia de aviação deve continuar no Estado.

“Não há exemplos de companhias aéreas que sobrevivam sozinhas. A TAP tem de integrar um grande grupo de aviação, para não lutar pela sobrevivência de cinco em cinco anos ou de 10 ou 10 anos”, sustentou o ministro durante a segunda intervenção no debate marcado pelo PSD.

Os sociais-democratas foram o principal alvo do debate porque o partido “nunca teve coragem de tomar uma decisão sobre o que faria em março de 2020 caso fosse Governo”. Em resposta, o deputado Paulo Moniz dirigiu-se ao ministro: “Acredita que vamos ter mais-valia com a TAP? Não tenha ilusões.”

O Chega virou os argumentos para a parte política. Primeiro foi André Ventura: “O senhor ministro, na posição em que está, com todas as suas trapalhadas está sozinho e sem apoio de António Costa como primeiro-ministro. Se alguém lhe quer tirar o lugar é António Costa e dois terços da bancada do partido.” Depois, foi Filipe Melo: “A TAP e o aeroporto são a disputa eleitoral interna com clara desvantagem para o ministro”.

A Iniciativa Liberal propôs a elaboração de uma auditoria à nacionalização da empresa tendo em conta que “tudo o que os portugueses estão a pôr na TAP é um donativo”, acusou o deputado Bernardo Blanco. O mesmo parlamentar questionou se já houve alguma iniciativa para privatizar a empresa.

Pedro Nuno Santos respondeu que “não se iniciou o processo de privatização” porque “a principal prioridade do Estado é garantir execução, com sucesso, do plano de reestruturação”.

À esquerda, o PCP defendeu que na TAP “é preciso que haja uma gestão ao serviço dos interesses nacionais” e que uma eventual privatização da companhia “é prejudicial para o povo e para o nosso país”, referiu a deputada Paula Santos.

O Bloco de Esquerda, através de Mariana Mortágua, considerou que, “boas ou más, decisões sobre recursos nacionais devem ser soberanas e tomadas pela Assembleia da República”. A deputada insistiu em saber qual a percentagem de capital que o Estado pretende privatizar.

Do lado do PAN, Inês de Sousa Real considerou que a injeção de capital na TAP “custa mais aos portugueses (310 euros por cidadão) do que o apoio dos 125 euros” para todos os portugueses que ganhem menos de 2.700 euros de salário bruto.

O deputado do Livre, Rui Tavares, avaliou que “deixar cair a TAP era uma opção tão boa que nenhum país a adotou”. O parlamentar considera ainda que manter a TAP na esfera pública poderia contribuir para o desenvolvimento da cadeia do hidrogénio verde.

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