TAP rejeita envolvimento da CEO na contratação de amiga para cargo de direção
A comissão executiva da TAP rejeita ainda que a nova diretora ganhe um salário de 15 mil euros e ameaça com processos por "difamação" e "aproveitamento ilegítimo".
A comissão executiva da TAP, em nota interna, confirma a contratação de uma nova diretora de processos, real estate e sustentabilidade em outubro, amiga da CEO da empresa, mas rejeita qualquer envolvimento de Christine Ourmières-Widener no processo de seleção. “O processo de seleção foi conduzido exclusivamente pela administradora do respetivo pelouro e pela diretora de recursos humanos, tendo sido entrevistados três candidatos para esta posição, sem que a atual CEO tivesse tido qualquer participação na decisão”, refere a nota a que o ECO teve acesso. Mas não deu mais esclarecimentos, nomeadamente se houve comunicação do concurso, os respetivos termos e se algum trabalhador da TAP se candidatou ao cargo.
A TVI avançou esta noite que a presidente executiva da TAP tinha contratado Isabel Nicolau, sua amiga e alegadamente companheira do personal trainer do marido, para dirigir o departamento de melhoria contínua e sustentabilidade da transportadora aérea portuguesa por 15 mil euros mensais. A nota, sem revelar o nome da nova diretora e confirmado o “relacionamento pessoal recente” com a CEO, vem esclarecer que o valor “referido para salário auferido não corresponde à realidade, sendo substancialmente inferior”. Mas também não esclarece qual é o salário e se está abrangido pelo regime de cortes salariais de que são alvo todos os trabalhadores da companhia, no âmbito do plano respetivo plano de reestruturação.
Em resposta ao ECO, fonte oficial da TAP detalha que a nova diretora “terá a cargo também as áreas de eficiência de processos e de gestão de património imobiliário, sendo Engenheira Civil de Formação com experiência na área, tendo transitado de uma empresa do setor” e reitera que “foi considerada a melhor opção para o lugar”.
O núcleo duro da administração da TAP, ainda na nota interna, indica que é “natural” que o atual processo de transformação da empresa encontre “resistências”, mas faz uma ameaça, ao mesmo tempo, de processos judiciais perante “reações de aproveitamento ilegítimo e de difamação como tal”. Sem explicar se se está a referir a meios de comunicação social ou a outros visados.
Em declarações à TVI, o líder do sindicato dos pilotos (SPAC) disse que esta é a gota de água na saga de casos que envolvem a administração da TAP, exigindo ao primeiro-ministro, António Costa, que assuma responsabilidades e acabe de vez com estes danos na gestão dos dinheiros públicos.
Há duas semanas, a CEO da TAP teve de dar marcha-atrás numa operação de renting de 50 carros BMW e manter a atual frota de Peugeot. Ourmières-Widener garantia que a opção era a menos onerosa e representava uma poupança de 630 mil euros, mas a notícia foi mal recebida – por sindicatos e políticos – uma vez que a empresa se encontra a cumprir um plano de reestruturação.
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