Analistas consultados do BCE reveem em alta inflação na Zona Euro até 2024
Os peritos também reviram em baixa as previsões de crescimento para 2023, 2024 e a longo prazo, embora esperem que o crescimento seja um pouco mais elevado este ano.
Os analistas económicos consultados pelo Banco Central Europeu (BCE) reviram em alta as previsões para a inflação na Zona Euro até 2024, mas mantiveram as estimativas para os preços a longo prazo e antecipam uma estagnação económica em 2023.
O BCE informou esta sexta-feira que os peritos consultados no quarto trimestre também reviram em alta as suas previsões para a inflação subjacente, que exclui a energia, alimentação, álcool e tabaco, para 2024.
Os peritos consultados pelo BCE preveem uma inflação na Zona Euro de 8,3% em 2022 (contra 7,3% no inquérito anterior), 5,8% em 2023 (contra 3,6%), e 2,4% em 2024 (contra 2,1%).
Os peritos também antecipam uma inflação média a longo prazo em 2027 de 2,1% (contra 2,2% no inquérito anterior do terceiro trimestre).
Esta revisão em alta reflete, principalmente, preços mais elevados da energia e dos alimentos, mas também um encarecimento de outros produtos para os quais foram transferidos o aumento destes preços e que se espera que conduzam a um crescimento mais elevado dos salários.
O BCE decidiu na quinta-feira aumentar as taxas de juro em 75 pontos base para 2%, o nível mais alto desde janeiro de 2009, após três aumentos consecutivos desde julho, quando o banco começou a aumentar o preço do dinheiro pela primeira vez em onze anos. Com o aumento das taxas de juro, o BCE pretende conter a inflação na Zona Euro, que se aproxima dos 10%.
Os peritos também reviram em baixa as previsões de crescimento para 2023, 2024 e a longo prazo, embora esperem que o crescimento seja um pouco mais elevado este ano.
Os peritos consultados pelo BCE previram um crescimento de 3% em 2022 (contra 2,8% no inquérito anterior), 0,1% em 2023 (contra 1,5%), 1,6% em 2024 (contra 1,8%) e 1,4% em 2027 (contra 1,5% no inquérito anterior) e 1,4% a longo prazo (contra 1,5% no inquérito anterior).
Os inquiridos preveem uma contração económica entre o terceiro trimestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023, com uma queda acumulada de 0,7%, devido aos elevados preços da energia, perda do poder de compra das famílias devido à inflação, uma economia global mais fraca e o aumento das taxas de juro.
Os peritos consultados pelo BCE também reviram em alta as suas previsões de desemprego até 2027.
Esperam agora que a Zona Euro tenha uma taxa de desemprego de 6,8% em 2022 (contra 6,7% no inquérito anterior), 7,1% em 2023 (contra 6,7%), 7% em 2024 (contra 6,6%) e 6,6% em 2027 (contra 6,4% no inquérito anterior).
O BCE conduziu o inquérito entre 30 de setembro e 06 de outubro deste ano e recebeu 59 respostas de peritos de instituições financeiras e não financeiras da União Europeia (UE).
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