Poupanças em tempo de crise
A subida da inflação e das taxas de juro atirou a taxa de poupança das famílias para valores mínimos em quase 30 anos. Mas ficar de braços cruzados à espera que a crise bata à porta não é uma opção.
Hoje, dia 31 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Poupança. Desde 1969 que este dia é celebrado em Portugal com o intuito de alertar os consumidores para a necessidade de disciplinar gastos e de amealhar algum dinheiro.
Os dados do Banco de Portugal revelam que as famílias portuguesas sempre foram muito poupadas. Entre 1995 e 2004, a taxa de poupança média era equivalente a 13% do rendimento disponível das famílias, mantendo-se sempre acima dos 10% neste período. Porém, desde então que a capacidade das famílias em poupar tem caído a pique. Para este ano, o Banco de Portugal estima que a taxa de poupança possa atingir os 4,8% do rendimento disponível, o valor mais baixo dos últimos 27 anos.
Fonte: Banco de Portugal.
Desde o início do ano que o orçamento das famílias está sob pressão. A culpa é da inflação que, segundo o Instituto Nacional de Estatística, terá registado um aumento homólogo de 10,2% em outubro, o valor mais elevado desde 1992. Mas não só.
A somar à subida generalizada dos preços, muitas famílias têm-se debatido com um aumento exponencial da prestação da casa. Por exemplo, um crédito à habitação a 30 anos indexado à taxa Euribor a 12 meses que seja revisto em novembro contará com um aumento de 52% da prestação da casa. Num contrato com um spread de 1,2%, este aumento irá traduzir-se num aumento médio de 159 euros por cada 100 mil euros de financiamento.
E o maior dilema é que o fim deste aumento de preços e dos juros não está para breve. Na semana passada, o Banco Central Europeu anunciou mais uma subida dos juros de 75 pontos percentuais e Christine Lagarde, presidente do BCE, deixou claro que continuará a aumentar as taxas de juro do euro até que a inflação estabilize nos 2% – meta definida pela entidade monetária para a inflação na zona euro a médio prazo.
O próximo ano será assim de enormes desafios para as famílias. Mas ficar de braços cruzados à espera que a crise bata à porta não é uma opção. O seu dinheiro é demasiado importante para não ser levado a sério.
O Portefólio Perfeito, a nova newsletter do ECO que foi distribuída esta segunda-feira pelos leitores do ECO, foi desenhado e pensado para servir como um instrumento de apoio às finanças pessoais das famílias, tanto no capítulo da poupança e do planeamento familiar, como também no investimento. A cada edição, o Portefólio Perfeito procurará trazer ideias e soluções para o seu dinheiro.
É isso que pode encontrar no texto “7 dicas para celebrar o Dia Mundial da Poupança“. Da compra do carro às contas bancárias, do planeamento das próximas férias à escolha do melhor cartão de crédito e ao melhor tarifário de eletricidade, oferecemos soluções que permitem começar já a poupar milhares de euros.
Sob o princípio de trazer sempre ideias para ganhar dinheiro, recomendo-o também a ler o texto “Poupe 20 euros e pague a faculdade do seu filho“. Mesmo que não esteja nos seus horizontes o financiamento de um curso superior dos seus filhos, este é um texto que mostra a força que tem uma estratégia de poupança e investimento planeada na orientação de um objetivo de longo prazo.
O desígnio principal do Portefólio Perfeito é contribuir de forma ativa para um fortalecimento das finanças pessoais dos portugueses. Mais do que propor sugestões de conteúdos sobre poupança e investimento, esta newsletter quer também ser uma fonte de esclarecimento e ajudar a responder às questões que mais dúvidas suscitam na gestão de um orçamento de famílias e particulares.
Convido-o por isso a subscrever o Portefólio Perfeito e a escrever-me (luis.leitao@eco.pt) sobre questões relacionadas com impostos, produtos bancários, investimentos ou qualquer outro tema relacionado com as suas finanças. Procurarei sempre dar-lhe uma resposta que possa contribuir para fortalecer as suas finanças pessoais.
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