Os melhores depósitos não estão no seu banco

Os bancos podem até estar a remunerar os depósitos dos seus clientes a taxas perto dos 0%, mas há boas exceções no mercado. Mas para isso tem de mudar de banco.

Ao contrário do que sucede com os contratos de crédito à habitação, que desde o final do ano passado têm registado uma subida avassaladora das taxas de juro, os depósitos continuam a remunerar muito pouco os aforradores. De acordo com os últimos dados do Banco de Portugal, a taxa de juro média dos novos depósitos baixou para 0,07% em agosto. Mas há exceções. É o caso dos depósitos de “boas-vindas” que alguns bancos comercializam para atrair novos aforradores e novos recursos.

Este tipo de depósito oferece taxas de juro acima da taxa média dos depósitos a prazo presentes na “carta” comercial dos bancos e, por norma, têm uma maturidade reduzida (três meses) e não são renováveis.

De acordo com uma análise do ECO ao mercado, são nove os bancos que atualmente estão a atrair novos clientes com este produto e quase todos aumentaram a taxa de juro ao longo deste ano. É disso exemplo o “Super Depósito” do Banco Big e o depósito de “Bem Vindo” do Banco Carregosa, que atualizaram a taxa de juro em 100 pontos base, de 1% para os atuais 2%.

Também a pagar 2% está a oferta do Banco Português de Gestão, que paga os juros logo no início da constituição do depósito, e a “Conta Poupança Boas-vindas Open” do Openbank, o banco digital do Santander, que consiste num depósito a seis meses e que paga juros mensalmente.

Para os aforradores que estejam à procura de um depósito a mais de três meses, a oferta “Invest Choice” do Banco Invest deve também ser avaliada, pois paga 1,5% para novos depósitos a 3, 6, 12 e 24 meses.

Para aplicações até 50 mil euros, a taxa de juro mediana dos depósitos “boas-vindas” atualmente em vigor é de 1,5%, 50 pontos base acima da taxa de juro registada em janeiro.

Bem longe destes valores está o “Depósito Net Boas Vindas” do Bankinter que paga apenas 0,15% durante três meses aos novos clientes para valores entre 1.000 e 10.000 euros.

 

 

Um depósito de 4% que não paga juros mas dá desconto em comissões

Apesar dos depósitos de “boas-vindas” avaliados pelo ECO se destacarem da restante oferta de depósitos a prazo existente o mercado, nenhuma acompanha a taxa de 4% (ou 2,9% líquida de impostos) oferecida pela conta poupança do Novobanco para atrair novos clientes.

Porém, para usufruírem desta oferta, os novos clientes do banco têm de abrir uma “Conta 100%” ou uma “Conta 360.º”, que apresentam uma comissão mensal de manutenção de conta de 5,9 euros e 7,9 euros (mais imposto de selo), respetivamente.

Na carteira dos novos clientes do Novobanco, significa que os juros servem apenas como um desconto sobre as comissões bancárias e quase nunca superam o valor dos custos associados à manutenção destas contas. E esse desconto, segundo o site do banco, só será aplicado até ao final do ano, que é quando acaba a campanha promocional do banco.

A única forma de ter um ganho líquido com esta campanha de “boas-vidas” do Novobanco é abrir uma “Conta 360.º”, manter o saldo bancário acima dos 1.950 euros e iniciar uma relação comercial com o banco que passe pela subscrição de soluções de poupança e investimento a partir de 3.500 euros e fazer uma de duas coisas: domiciliar o ordenado (a partir de 1.500 euros) ou a pensão (a partir de 500 euros), ou fazer 1.200 euros de compras por mês com os cartões da “Conta 360.º”.

Desta forma, a comissão de manutenção de conta baixa de 7,9 euros para 4,5 euros (mais imposto de selo) e, na melhor das hipóteses, os novos clientes podem ambicionar ganhar 1% líquido de impostos, desde que o saldo da conta esteja sempre nos 2.500 euros (valor máximo permitido para o cálculo dos juros).

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