Experiência da semana de quatro dias em Portugal. O que propõe o Governo?
- Joana Nabais Ferreira
- 2 Novembro 2022
O Governo esteve reunido com os parceiros sociais para apresentar o piloto da semana de quatro dias de trabalho, cuja experiência deverá arrancar em junho de 2023. Conheça o que propõe o Executivo.
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- Joana Nabais Ferreira
- 2 Novembro 2022
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Quando é que o projeto-piloto vai arrancar?
O cronograma do projeto-piloto prevê que nos próximos meses, até janeiro de 2023, decorram os períodos de manifestação de interesse por parte das empresas e sessões de esclarecimento para lhes explicar como vai decorrer o estudo, estando a seleção dos participantes prevista para fevereiro do próximo ano.
Entre março e maio será feita a preparação da experiência-piloto, que arrancará em junho e se prolongará até novembro de 2023.
Proxima Pergunta: Haverá redução salarial?
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Haverá redução salarial?
Não. O piloto da semana de quatro dias “não pode envolver corte salarial, e tem de implicar uma redução de horas semanais“, lê-se no documento que chega esta quarta-feira aos parceiros sociais.
Contudo, e dado que o Estado não oferece nenhuma contrapartida financeira, “não será estipulado um número de horas semanais exatas”, que podem ser 32 horas, 34, horas, 36 horas, definidas por acordo entre a gestão e os trabalhadores.
Significa isto que nas organizações que se voluntariem a participar neste projeto-piloto, os funcionários poderão ter de trabalhar mais 30 minutos ou mais uma hora nos quatro dias da semana.
Proxima Pergunta: A semana de quatro dias será para todos?
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A semana de quatro dias será para todos?
Não. Numa primeira fase, apenas as empresas privadas podem aderir à experiência. As empresas aderentes têm de cumprir três critérios: não podem reduzir o salário dos trabalhadores, têm de envolver a grande maioria dos trabalhadores na experiência (embora as grandes empresas possam testar o modelo apenas em alguns departamentos) e têm de reduzir, efetivamente, as horas de trabalho semanais.
A adesão é voluntária e reversível, sempre que a medida estiver a ter um impacto negativo no negócio e nas equipas.
Proxima Pergunta: A Função Pública está abrangida?
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A Função Pública está abrangida?
Numa primeira fase não. Contudo, posteriormente, e mediante evolução satisfatória, a medida poderá ser estendida ao setor público. No entanto, o Executivo alerta que uma experiência-piloto dirigida a este setor requer “adaptação de instrumentos de avaliação dos impactos” e estará “sujeita a diferentes condicionantes jurídicas e orçamentais”.
Proxima Pergunta: O Estado vai apoiar financeiramente as empresas que aderirem?
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O Estado vai apoiar financeiramente as empresas que aderirem?
O Governo deixa claro que “não oferece qualquer contrapartida financeira” às empresas que decidam aderir a este regime. Contudo, compromete-se a fornecer às organizações participantes apoio técnico, “através de um serviço especializado em assessorar as empresas nesta mudança, com o foco na alteração dos processos internos e na resolução dos problemas que, naturalmente, surgem com uma mudança organizacional deste âmbito”.
Proxima Pergunta: E depois do piloto?
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E depois do piloto?
No final dos seis meses da experiência, está previsto existir um período de reflexão de um mês, em que a gestão vai refletir sobre a experiência e determinar se vai manter a nova organização, voltar à semana de cinco dias ou adotar um modelo híbrido.