Banco de Inglaterra segue a Fed e sobe taxa de juro em 0,75%
A subida "jumbo" da taxa de juro, que atira o preço da libra para os 3%, foi a maior realizada pelo Banco de Inglaterra em mais de 30 anos.
O Banco de Inglaterra anunciou esta quinta-feira um aumento de 75 pontos base da taxa de juro da libra, colocando-a nos 3%. Trata-se do quarto aumento consecutivo promovido pelo Banco de Inglaterra e a maior subida da taxa de juro da moeda britânica dos últimos 33 anos.
A decisão anunciada esta manhã por Andrew John Bailey, governador do Banco de Inglaterra, era esperada pela maioria dos analistas e vem no seguimento de mais uma subida “jumbo” (75 pontos base) realizada ontem, quarta-feira, pela Reserva Federal norte-americana (Fed), que colocou a taxa de juro do dólar na barreira 3,75% – 4%.
Desde dezembro de 2021, a autoridade monetária do Reino Unido aumentou a taxa de juro da libra de 0,1% para os atuais 3%. A decisão tomada hoje pelos membros do Banco de Inglaterra que colocou a taxa de juro da libra no valor mais elevado dos últimos 14 anos contou com sete votos a favor e dois contra; e assenta no objetivo de trazer a taxa de inflação para os 2%. E não deverá ficar por aqui.
“Acreditamos que é essencial realizar novos aumentos das taxas de juro”, referiu Ben Broadbent, membro do comité do Banco de Inglaterra, no decorrer da conferência de imprensa realizada após o anúncio da subida das taxas.
No entanto, o governador do Banco de Inglaterra sublinha que “a subida da taxa de juro que tomámos hoje já estava descontada pelos mercados.”
Em setembro, a taxa de inflação no país era de 10,1%. As estimativas do Banco de Inglaterra apontam para que no último trimestre deste ano a inflação atinja o pico de 11% e depois comece a abrandar, e possa situar-se nos 5,2% no espaço de um ano e atinja novamente um nível abaixo dos 2% em 2024 e chegue até aos 0,02% dentro de três anos.
“Acreditamos que a taxa de inflação irá normalizar em meados do próximo ano e depois deverá começar a corrigir”, referiu Andrew John Bailey durante a conferência de imprensa.
No entanto, o comunicado do Banco de Inglaterra revela que “se a inflação elevada continuar, irá prejudicar toda a gente. Uma inflação baixa e estável ajuda as pessoas a planear o futuro.”
A autoridade monetária do Reino Unido antecipa ainda uma contração da economia britânica de 1% em 2024, o que compara com a anterior previsão de uma quebra de 0,25%. Além disso, nota ainda que a economia terá entrado em recessão no terceiro trimestre com uma retração de 0,5% do PIB e que a economia irá manter-se em recessão até pelo menos 2023.
O comunicado do Banco de Inglaterra chama a atenção para uma queda dos rendimentos das famílias e para o aumento do desemprego, que começa a notar-se com maior incidência.
Pouco tempo antes do anúncio da subida da taxa de juro, a libra estava a desvalorizar 1,25% contra o dólar. Após o anúncio da decisão, a libra continuou a afundar, chegando a perder 1,4% contra a moeda norte-americana.
No mercado da dívida, as yields das obrigações do Tesouro britânico estão todas as subir, particularmente os títulos de maior maturidade. As obrigações do Tesouro a 10 anos (Gilts) estão a negociar com uma yield de 3,47% e os títulos a 50 anos anos apresentam uma yield de 3,2%.
Os contratos de futuros sobre a taxa de juro da libra antecipam que em setembro do próximo ano a taxa de juro da moeda britânica figure nos 4,6%.
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