Marcelo visa Costa. “Só por ser criativo cheguei a Presidente”
Presidente da República responde que “é precisa muita criatividade para lidar” com os governos liderados por António Costa, que há dias disse que Marcelo “tem momentos de maior criatividade" em Belém.
Quatro dias depois de ouvir António Costa, em reação ao aviso presidencial à ministra da Coesão sobre a aplicação dos fundos europeus, dizer que Marcelo Rebelo de Sousa “tem momentos de maior criatividade” no exercício dos poderes, o Chefe de Estado respondeu que “de facto, [é] criativo” e que isso o tem ajudado a lidar com o Executivo.
“Só por ser criativo cheguei a Presidente e só por ser criativo fui reeleito. É precisa muita criatividade para lidar com três governos diferentes [liderados por Costa]. O primeiro era socialista com apoio parlamentar; o segundo socialista com menos apoio parlamentar; e o terceiro de maioria absoluta socialista. São tudo situações diferentes. Se o Presidente não é criativo, como é que se molda a realidades que são diferentes?”, reagiu Marcelo.
Em declarações aos jornalistas à saída da reunião no Infarmed, transmitidas pela RTP3, questionado sobre se estava a atravessar uma fase imprevisível, na sequência de uma notícia do Expresso (acesso pago) a dizer que os socialistas estão em alerta para a imprevisibilidade em Belém, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que “ao fim de sete anos os portugueses já [o] conhecem”. “Sou a pessoa mais previsível do mundo”, acrescentou.
"Ao fim de sete anos os portugueses já me conhecem. Sou a pessoa mais previsível do mundo.”
De resto, o Chefe de Estado não quis comentar diretamente os últimos casos a envolver membros do Governo. Destacou apenas a celeridade com que o secretário de Estado Miguel Alves se demitiu após ser acusado de prevaricação num caso antigo relacionado com a Operação Teia – e não aquele por que vinha sendo atacado nas últimas semanas – e disse só ter “passado uma vista de olhos rápida” pelo livro “O Governador”, em que Carlos Costa acusa o primeiro-ministro de ter feito pressão para que Isabel dos Santos se pudesse manter na administração do Banco BIC.
Sobre a sucessão de casos envolvendo o Executivo de maioria do PS, Marcelo Rebelo de Sousa começou por frisar não querer fazer comentários, mas lá foi avisando que o país tem “uma série de desafios pela frente” e que exigem a concentração dos atores políticos. “2023 será um ano fundamental em relação à guerra e às suas consequências, e para aplicar os fundos europeus e recuperar a economia. Essas são as prioridades”, resumiu o Presidente da República.
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