“Não estou cansado da Presidência”, garante Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa garante que não está “cansado da Presidência” e realça que “em momentos de crise” é necessário um papel mais ativo por parte do Presidente. O Chefe do Estado sublinha ainda, que, perante o atual contexto, nomeadamente “com a guerra e com crise, seria mau haver uma interrupção de mandato”.

“Não estou cansado da Presidência”, atirou Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado pelos jornalistas, sobre a notícia do Expresso que apontava para algum cansaço do Chefe de Estado. O Presidente da República admite que tem sido alvo de algumas críticas nos últimos tempos, mas sublinha que não está cansado dos vários compromissos e que “é necessário mais presidente num momento de mais crise”.

Já sobre a revisão constitucional em curso, Marcelo Rebelo de Sousa diz que não se quer imiscuir nessa matéria, ainda que no passado tenha defendido um “mandato único de sete anos”, tal como propõe agora o PSD. “No entanto, devo reconhecer que com a guerra e com a crise seria mau haver uma interrupção de mandato [ou] um encurtamento do mandato”, afirma em declarações transmitidas pela RTP3, à margem de um evento de caridade. E acrescenta: “o que é preciso é haver quem enfrente a crise”.

Nesse sentido, o Chefe de Estado garante que vai continuar a mater um papel interventivo para “garantir que a maioria absoluta cumpre o que deve cumprir”, bem como para “garantir que haja uma oposição que possa ser alternativa como é desejável” no futuro.

Marcelo Rebelo de Sousa alertou ainda que os tempos “são muito duros” na sequência da guerra e da inflação e admitiu que no próximo ano seja necessário um reforço dos apoios sociais. “Se a situação for em 2023 pior do que em 2022” os apoios sociais “têm que aumentar”, sinalizou.

Já sobre uma revisão em baixa das previsões de crescimento para o próximo ano, o Presidente da República preferiu não fazer antecipações, elencando, contudo, que “as últimas previsões são mais negativas para toda a Europa e para todo o mundo”.