Câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra querem reunião urgente com ministro da Saúde

  • Lusa
  • 6 Dezembro 2022

Os três autarcas querem falar com o ministro da Saúde por causa do encerramento, por uma semana, da Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo, em Setúbal.

Os presidentes das câmaras municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal vão pedir uma reunião urgente ao ministro da Saúde devido ao encerramento, por uma semana, da Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, anunciaram esta terça-feira os autarcas.

Os três autarcas da CDU, André Martins (Setúbal), Francisco Jesus (Sesimbra) e Álvaro Amaro (Palmela), que esperam que a reunião com o ministro da Saúde decorra ainda esta semana, “exigem que o Governo encontre, com a máxima urgência, as soluções que se impõem para que os utentes destes estabelecimentos de saúde [da região] possam ter acesso aos cuidados a que têm direito”.

A tomada de posição pública dos autarcas dos três concelhos da área de influência do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), que integra o Hospital de São Bernardo, foi divulgada nas páginas oficiais dos três municípios na rede social Facebook.

No documento, os autarcas salientam que o encerramento da Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo durante uma semana não foi inesperado e garantem que os três municípios “alertaram em tempo e de forma insistente para as insuficiências já antes manifestadas na resposta de cuidados de saúde no CHS”.

“A atual rotura é só a última manifestação de uma política de não reconhecimento e mesmo de desvalorização do papel central dos profissionais de saúde no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, lê-se no documento, no qual os autarcas consideram que a “desvalorização é evidente nos baixos níveis salariais, nas deficientes condições de trabalho e na estagnação da evolução das carreiras”.

As negociações com os órgãos representativos dos trabalhadores da saúde há muito que se deveriam ter iniciado e já deveriam estar concluídas e em aplicação”, acrescentam os autarcas dos três municípios do distrito de Setúbal. No caso concreto do CHS, André Martins, Francisco Jesus e Álvaro Amaro salientam a necessidade de diversas obras de ampliação que estão há muito identificadas e que consideram fundamentais para a melhoria da prestação de cuidados de saúde diferenciados às populações.

“O serviço público de saúde de excelência que os profissionais desejam prestar e a nossa população merece receber, exige uma atenção que o Governo da República não lhe tem dado. O Governo do Partido Socialista vai, entretanto, substituindo os ministros da Saúde que são, naturalmente, forçados a reconhecer a incapacidade de dar resposta aos problemas”, acusam os três autarcas da CDU.

Na tomada de posição conjunta, os autarcas dos três municípios da Arrábida também manifestam “estranheza por, passados vários anos sobre o anúncio da ampliação do Hospital de São Bernardo − e depois de hesitações e falhas de vária ordem da responsabilidade do Ministério da Saúde − se continuar à espera destas obras que permitiriam melhorar as condições em que trabalham os profissionais de saúde e os utentes são atendidos”.

“As populações dos concelhos de Sesimbra, Setúbal e Palmela e as restantes populações servidas por este centro hospitalar não podem continuar a ser prejudicadas por repetidos encerramentos destes serviços de urgência”, sustentam os três presidentes de câmara. A administração do CHS anunciou na segunda-feira o encerramento da Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo entre as 09:00 de hoje e as 09:00 de segunda-feira, dia 12 de novembro, devido à falta de médicos.

Nos últimos meses têm sido frequentes os encerramentos temporários da Urgência Pediátrica e também do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São Bernardo, devido à falta de médicos, situação que se tem vindo a agravar progressivamente e que agora obrigou a administração do CHS a encerrar a Urgência Pediátrica durante uma semana.

As crianças e jovens da região de Setúbal que necessitem de cuidados médicos e que sejam transportadas pelos bombeiros ou pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) são encaminhadas para outras unidades hospitalares.

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